De 12 de julho de 1950 até março do ano passado a Disney foi sinônimo da editora Abril, inclusive muito da história da Abril pôde ser escrita pelo mecenato dos Patos da Disney, que foram arrimo da editora anos a fio, o fim dessa parceria de tanto sucesso fruto pelo processo de falência da Abril gerou um suspense sobre o destino dos personagens no Brasil, até foi questionado se haveria continuidade nas publicações.
Essa questão foi respondida de forma muito rápida com o licenciamento das revistas pela Editora Culturama, o que não nos permitiu ter no cenário nacional algo inimaginável, que seria a ausência das revistas Disney em banca. Essas revistas são, há sessenta anos, as maiores portas de entradas (junto com a Turma da Mônica) para o mundo dos quadrinhos, e até para a alfabetização, de milhões de crianças brasileiras, inclusive eu, que fui apresentado muito pequeno à esses personagens e sou até hoje um fanático pelo Tio Patinhas e pelo pato Donald, acompanhando as bibliotecas históricas dos patos de Carl Barks e Don Rosa e acabando por descobrir esses “novos” quadrinhos Disney pelo volume zero do Tio Patinhas enquanto fazia compras de Natal.
A Disney volta com uma editora que se encaixa perfeitamente no que tem que ser os quadrinhos de entrada, a Culturama tem foco na chegada nos pontos além da banca (que já é saturada), como farmácias, supermercados e lojas. E fez também uma escolha editorial primorosa com o convite do Paulo Maffia para o corpo editorial, ele que é o maior conhecedor de Disney no Brasil pelos anos todos de Abril, melhorou o tratamento gráfico das revistinhas sem subir o preço e tiveram o capricho de selecionar as melhores histórias produzidas atualmente na Itália. São 5 títulos iniciais; Aventuras Disney, Pateta, Pato Donald, Tio Patinhas e Mickey, todas com 64 páginas à 6 reais, podendo variar conforme o local. Existem promessas de encadernados futuros, o que deixa certa dúvida sobre o mercado de capa dura e livrarias, pois a Abril ainda lança alguns títulos em formato luxo.
A Culturama chega chegando e trazendo a Disney de volta, o que dá um alívio por ter as coisas em ordem de novo, e com a garantia da formação de pelo menos mais uma geração de leitores que vão ter a chance de começar por onde deve ser o começo de todo leitor, os gibis infantis de qualidade.
