A joia chamada Amapá

a joia chamada amapá. Essa cruz representa uma sepultura nazista em Laranjal do Jari, no Sul do Amapá, e nela está escrito: “Joseph Greiner morreu aqui de febre em 2 de janeiro de 1936 a serviço da pesquisa alemã”.
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Essa cruz representa uma sepultura nazista em Laranjal do Jari, no Sul do Amapá, e nela está escrito: “Joseph Greiner morreu aqui de febre em 2 de janeiro de 1936 a serviço da pesquisa alemã”. O objetivo da “pesquisa alemã” era estudar a área para posterior colonização Alemã na Amazônia Brasileira, especificamente no Amapá.
a joia chamada amapá

Entre 1935 a 1937, Schulz-Kamphenkel liderou uma expedição que começou em Belém do Pará e percorreu as margens do rio Jari, no atual estado do Amapá. As pesquisas duraram pelo menos 17 meses e muitos alemães clandestinamente adentraram na Floresta Amazônica e se encantaram pelas potencialidades da região. No entanto, as doenças tropicais atingiram a maior parte dos 17 membros da expedição secreta com uma epidemia de malária e febre amarela.

O oficial da SS, Heinrich Peskoller, em uma carta que mandou a Hitler em 1940 relatou que as reservas de ouro e diamantes do Amapá eram “suficientes para sanar a situação financeira da Alemanha em poucos anos”. Acrescentou também: “Na Guiana Britânica, a extração de ouro e diamante é mantida em baixa para não atrapalhar o mercado sul-africano (dominado também por ingleses). Nas mãos do Führer, cada metro quadrado de solo poderia ser em pouco tempo explorado pela grande Alemanha”.

Durante a exploração na Amazônia Brasileira, os pesquisadores nazistas enviaram peles de pelo menos 500 mamíferos diferentes, centenas de répteis e anfíbios e uma incrível quantidade de 1500 objetos arqueológicos. Ao final da expedição, a equipe nazista já tinha produzido 2.500 fotografias e 2.700 metros de filme onde mostravam os índios, os caboclos, os diferentes animais, as peles, as cobras e outros espécimes que poderiam ter valor científico para exploração Nazista.

Mas não só os nazistas, os estadunidenses também tentaram adentrar na floresta amazônica, como em 1927 quando Henry Ford comprou um milhão de hectares junto ao Rio Tapajós e implantou uma cidade por nome de Fordlândia no meio da Floresta Brasileira, cidades essa colonizada por estadunidenses. 40 anos mais tarde, houve uma outra tentativa semelhante por parte do homem mais rico do mundo à época, o estadunidense Daniel K. Ludwig.

Esse tipo de resgate histórico deve sempre estar vivo na memória dos brasileiros para que o povo desta grande pátria saiba o tamanho da joia que tem em suas mãos. A Amazônia é o pedaço de terra com a maior biodiversidade do planeta, concentra 20% de toda a água doce do  mundo e tem a maior jazida mineral da terra, mas… o Estado Brasileiro também esquece que lá também há 30 milhões de brasileiros distribuídos em 9 estados que vivem nas mais adversas condições.

O recente apagão no Amapá é só uma demonstração do tamanho descuido que vem de várias décadas açoitando a população amazônida. O Amapá é o lar de quase 900 mil brasileiros que lá estão reproduzindo suas vidas e assegurando ao país uma soberania imprescindível em uma das porções de terra mais valiosas do planeta. Não é justo que esses brasileiros, donos de uma grande façanha patriótica – que é continuar a acreditar na grandeza de nossa nação que um dia os levará desenvolvimento – fiquem a mercê de estrangeiros para poder ter, pelo menos, eletricidade.

Os amapaenses hoje dependem da energia produzida pela Hidrelétrica de Tucuruí. De Tucuruí, a energia é levada por linhas de transmissão até o Amapá e repassada aos clientes. A empresa responsável por esse processo é a LMTE (Linhas de Macapá Transmissora de Energia), que até o ano passado era de responsabilidade da espanhola

Isolux. No entanto, nesse ano o controle da LMTE foi repassado para a Gemini Energy, outra empresa estrangeira. Salvo os casos de surto desenvolvimentistas, quando em 1956 o presidente Juscelino Kubitschek decretou e sancionou a lei que criava a estatal CEA – Companhia Elétrica do Amapá, para fazer a distribuição de energia na região, o Amapá e a região da Amazônia como um todo ficaram esquecidos nas rotas das prioridades nacionais.

O Amapá tem um povo forte, patriótico e que pode contribuir ainda muito mais para a glória do Brasil como nação, mas é necessário que o estado brasileiro tenha um grande projeto de desenvolvimento nacional que inclua a Amazônia não como consequência, mas como a causa de um prestígio vindouro. No entanto, para isso, é necessário desenvolver pesadamente as forças produtivas na região, fornecer materialidade suficiente para os homens e mulheres do Amapá terem conforto material equiparável, pelo menos, a média nacional em um curto prazo.

Por ser um dos mais fascinantes e cobiçados pedaços de terra do planeta, literalmente uma joia em nossa coroa nacional de potencialidades, o Amapá deve ser tratado com todo respeito e dignidade que merece por parte do estado brasileiro.

REFERÊNCIAS

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L2740.htm

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/11/11/apagao-amapa-isolux-gemini.htm 

https://cea.portal.ap.gov.br/conteudo/a-cea/historia

https://drgesiel.blogspot.com/2018/05/os-nazistas-queriam-criar-uma-guiana.html?fb%20clid=IwAR0kTWfyPaUPtCfJYDMvp4M57qmRlOBSPOO4VzR3R6x2Ot5ovxUfFHVhH%20xE&m=1

https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/sepultura-nazista-isolada-no-amapa-revela-projeto-secreto-de-colonizacao-alema-na-amazonia.ghtml