Aumentou em 300% o número de ciclistas mortos no 1º semestre do ano em São Paulo

ciclistas mortos

Os dados recém-divulgados pelo Governo do Estado de São Paulo demonstram a calamitosa situação vivida pelos ciclistas do estado, o número de mortes por ciclistas triplicou no primeiro semestre de 2019 em relação aos números do mesmo período do ano anterior.

Há quem escolha perseguir a infundada, quase lunática, linha de argumentação de que o aumento se deu única e exclusivamente em razão do aumento da quantidade de ciclistas, dizendo: “Evidente que se o número de ciclistas aumenta, o número de acidentes e mortes, necessariamente seguirá o mesmo caminho”, pensamento falacioso, fraco e insustentável. Que mais pessoas estão optando por modais ativos de transporte, não restam dúvidas, contudo o aumento – apesar de considerável, notadamente após a Greve dos Caminhoneiros de 2018 – é muito menor que 300%, pondo fim na fantasiosa relação de proporcionalidade defendida por alguns motoristas.

O perfil do ciclista realizado pela Parceria Nacional pela Mobilidade por Bicicleta em 2018, entrevistou pessoas que utilizam as bicicletas como transporte nas mais diversas capitais brasileiras. Os resultados de São Paulo (entrevistas realizadas pela Ciclocidade) atestam a importância deste transporte para a mobilidade da capital paulista, visto que 64% dos entrevistados utilizam a bike ente 5 e 7 dias da semana e 69% não combinam o seu uso com outro meio de transporte durante o trajeto.

O empurrão inicial para o uso da magrela para 40,6% dos usuários foi a praticidade e a saúde (34,8%) e os principais problemas relatados não surpreendem ninguém: 42,2% afirmaram ser a falta de segurança no trânsito o principal e 38,8%, a falta de infraestrutura. Problemas que se relacionam e se complementam.

A cidade de São Paulo não acrescenta um milímetro à sua pequena malha cicloviária desde o ano de 2016, soma-se a isso a política do “acelera” do ex-prefeito e atual governador Dória Junior, o desincentivo ao uso dos modais ativos e até a criminalização da bicicleta (vide repressão ao Pedal Anchieta de 2017) e tem-se o terrível quadro no qual mais e mais pessoas perdem a vida no trânsito em razão da irresponsabilidade de motoristas e do poder público.

 

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