Cesar Lattes: um dos físicos mais importantes da história é brasileiro

Lattes foi uns dos responsáveis pela estruturação e consolidação da ciência no Brasil e sacudiu o mundo acadêmico com uma das descobertas mais importantes da história da Física, o que poderia ter lhe rendido o Prêmio Nobel que foi para o chefe de sua equipe de pesquisa.
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Por Adriana de Paula e Joel Paviotti – Lattes foi uns dos responsáveis pela estruturação e consolidação da ciência no Brasil e sacudiu o mundo acadêmico com uma das descobertas mais importantes da história da Física, o que poderia ter lhe rendido o Prêmio Nobel que foi para o chefe de sua equipe de pesquisa.

Além de exímio pesquisador, Cesar Lattes também era bem polêmico. Para ele, Einstein era um plagiador e sua teoria da relatividade continha erros.

Para muitas pessoas, Lattes é apenas um currículo trabalhoso que deve ser preenchido por quem segue a vida acadêmica. Esse nome, entretanto, se refere a muito mais que isso. Filho de imigrantes, Cesare Mansueto Giulio Lattes foi um dos mais brilhantes cientistas brasileiros.

Nascido em 1924, em Curitiba, César Lattes, como ficou conhecido, graduou-se em Física e Matemática na USP, aos 19 anos. Quatro anos depois, foi o responsável pela descoberta da partícula subatômica “méson pi”, hoje conhecida como píon, cuja função é manter prótons e nêutrons juntos no núcleo dos átomos. A descoberta quase lhe rendeu o Nobel de Física, para o qual ele foi indicado sete vezes consecutivas, de 1950 a 1956.

Trabalhando com o professor Giuseppe Occhialini e o cientista Cecil Powell, chefe do grupo de pesquisa do laboratório H. H. Wills, da Universidade de Bristol, Inglaterra, em 1947, Lattes subiu no Monte Chacaltaya e detectou ali sinais do “méson pi”. No ano seguinte, conseguiu obtê-lo artificialmente no acelerador de partículas da Universidade de Berkeley. Suas descobertas foram essenciais para o desenvolvimento da chamada física de partículas elementares ou física de altas energias.

O resultado de seu trabalho foi publicado na revista Nature, em outubro de 1947, no entanto, o Nobel foi para Powell, pois, conforme as regras do prêmio, ele deveria ser concedido ao chefe da equipe.

De volta ao Brasil, César Lattes disse que preferia ajudar a construir a ciência no país a ganhar um Nobel e foi o que ele fez. Ele atuou como professor na USP, na UFRJ e na Unicamp, onde se aposentou.

Ao longo da vida, ganhou diversos prêmios científicos e foi responsável pela construção de aceleradores de partículas cada vez mais potentes. Além disso, foi um dos fundadores do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e um dos mentores do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, da Escola Latino-Americana de Física e do Centro Latino-Americano de Física.

Teve uma atuação muito importante na modernização do currículo dos cursos de Física e na formação de importantes cientistas brasileiros, sendo um dos responsáveis pela criação do Conselho Nacional de Pesquisas, atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no ano de 1951.

Não ter ganho o Nobel nunca foi um problema para ele, seu maior desejo era fazer ciência, construir uma sólida estrutura político-administrativa da ciência no país, formar novos pesquisadores e transformar a pesquisa científica em uma prioridade.

César Lattes faleceu em 8 de março de 2005, deixando um importante legado para a ciência brasileira, sendo homenageado não só ao nomear a Biblioteca Central da Unicamp ou a maior plataforma de currículos brasileiros, mas, principalmente, ao ser reconhecido nacionalmente e internacionalmente como um dos responsáveis por trabalhos que definiram os rumos da física moderna.

Por: Adriana de Paula e Joel Paviotti.

Lattes foi uns dos responsáveis pela estruturação e consolidação da ciência no Brasil e sacudiu o mundo acadêmico com uma das descobertas mais importantes da história da Física, o que poderia ter lhe rendido o Prêmio Nobel que foi para o chefe de sua equipe de pesquisa.