Por que a democracia liberal é da direita?

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É por muito mais do que simplesmente por ser parte do “aparato ideológico” da classe dominante.
Essa parte do aparato já poderia ter sido subvertida no mundo todo. Em alguns lugares foi.

Mas há várias diferenças básicas na forma como a direita e a esquerda se utilizam da democracia, para além da força do poder econômico que a perverte e a distorce.

São essas diferenças que sustentam a direita no pior momento do capitalismo desde 29.

A direita acolhe todo o que concorda com seu interesse central no momento, a esquerda discrimina todo o que não concorda com qualquer de suas teses.

A direita faz aliados quem concorda com aquele 5% de interesse no momento, a esquerda faz de inimigos aqueles que não concordam com 5% de seus princípios.

A direita tem interesses, a esquerda ideais.

A direita tem uma visão pragmática da política, a esquerda uma visão teatral.

A direita quer ter poder, a esquerda quer ter razão.

A direita quer garantir que o mundo não mude, a esquerda quer garantir que o mundo não vai mudá-la ou “pervertê-la”.

E como se não bastassem essas atitudes básicas em relação ao jogo democrático, agora inventaram a esquerda da desigualdade, que luta para estabelecer novas fronteiras e discriminações legais entre aqueles que estão, TODOS, massacrados por um regime econômico desumano.

Essa mudança de olhar sobre o mundo, que tantos ostentam orgulhosamente como ápice da cultura política e social, foi regiamente financiada desde o fim dos anos 80 por fundações internacionais dedicadas a esterilizar a capacidade científica e política no terceiro mundo.

Hoje, isso é bem pior.

Toda a mídia corporativa se dedica a promover esses barulhos diuturnamente, abafando o som dos gritos de desespero mudos de mães que não tem com quem deixar os filhos e de pais que não tem o que levar de comer para a casa.

E para terminar essa verdadeira ópera infernal, as mídias sociais. Elas usam cientificamente seus algoritmos para promover todo tipo de discórdia e mobilizar as pessoas nas discussões dos temas mais divisivos socialmente, espalhando viralmente fake news e todo tipo de bomba cultural.

O objetivo é aumentar o engajamento pela divisão e mobilizar pelo ódio, direcionando o sentimento de opressão e desespero de pessoas sem futuro para tudo o que não for a verdadeira causa de sua tragédia pessoal. Causa que é, de fato, a desigualdade e a debacle econômica.

E funciona mais que contar história de terror no escuro para uma criança.

Essa juventude esquerdista desesperada, ressentida e deprimida que hoje está aí fica socada diante de seus celulares e computadores destruindo a esquerda 24 horas por dia e agindo como marionetes passivas dos algoritmos do Zuckerberg.

E faz isso cheia de orgulho revolucionário, como todo idiota.

É, dessa vez o capetalismo realmente se superou.

A gente entende onde está quando para as pessoas comuns o apocalipse deixa de ser um temor, e passa a ser uma esperança.