JONES MANOEL: Ernest Mandel estava certo

JONES MANOEL: Ernest Mandel estava certo
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Mandel, como bom trotskista, considerava que as experiências socialistas do mundo não eram bem socialistas, mas Estado operários burocratizados, stalinismo etc. Mandel, embora extremamente negativo com essas experiências, não deixou de reconhecer algo óbvio: economias planejadas, por mais problemas que tenham, são superiores ao mercado capitalista e a anarquia do capital.

Nós anos 50, 60 e 70 poucas pessoas no marxismo iriam discordar dessa simples afirmação. Com a força da queda do muro e da URSS, essa ideia passou a ser contestada. Tornou-se hegemônico a ideia de que a economia capitalista era mais dinâmica, produtiva, inovadora e eficiente que qualquer forma de planejamento centralizado. Autores tão diferentes entre si como Eric Hobsbawm, Carlos Nelson Coutinho, Paul Singer e o trotskista Alex Callinicos (esse, inclusive, combateu diretamente a ideia de Mandel) consideravam o planejamento centralizado com sua diversidade institucional algo essencialmente negativo.

Precisou de uma pandemia, o coronavírus, para através de Cuba, China e Vietnã lembrarmos o básico: o planejamento centralizado em sua diversidade é infinitamente superior ao mercado capitalista.

A China, em especial, mostrou uma capacidade de planejamento, ação, coordenação logística e eficiência institucional que deixa Europa e Estados Unidos parecendo repúblicas de bananas.

Até quando a força da ideologia dominante vai fazer negarmos algo tão evidente?