Na lista dos 15 livros mais vendidos no Brasil em 2019 (segundo o Estadão), não temos nada de literatura, teoria política, sociologia, economia; romances, clássicos ou algo do tipo.
Basicamente, os 15 livros são de autoajuda, empreendedorismo e temas de coach.
Estamos num precipício de irracionalismo, subjetivismo primário e ilusões “empreendedoras” numa país que se afunda no buraco da dependência e subdesenvolvimento.
As camadas médias, cada vez mais empobrecidas, assumem uma religião laica: as variantes da ideologia coach.
As camadas populares, cada vez mais, tem uma religião religiosa e na bíblia sua principal, e até única, leitura.
O mais próximo de “pensamento crítico” que faz sucesso com alguma dimensão de massas é Jessé Souza, Laura Carvalho e afins.
A marxista com maior audiência de massa, me parece, é Sabrina Fernandes. E mesmo com o belíssimo trabalho que Sabrina faz, ela ainda não alcança milhões ainda, mas milhares.
Na nação de zumbis coaches, um Luciano Huck da vida – ou qualquer outro social-liberal – vai nadar de braçada.
A situação é grave. Gravíssima. É necessário, e para ontem, repensar as nossas formas de disputa pela hegemonia.
Estamos perdendo feio. E já tá bem pior que um 7 x 1.