O mundo perdido do comunismo

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Por Lucas Rubio – Todos as noites, após o jantar, milhões de crianças da Alemanha Oriental corriam para a TV para assistir a um dos programas infantis de maior audiência da Alemanha: Sandmann.

Esse simpático personagem com seus brancos cabelos e barbicha protagonizava com seus amigos episódios que iam de um dia comum no paraíso operário da República Democrática Alemã a viagens interestelares em naves espaciais.

Misturando consciência política e patriótica com curiosidade e gosto pela Ciência, Sandmann embarcava para o Cosmos rumo a novas descobertas ou então vivia momentos de contradição e dúvidas nos quais o raciocínio lógico levava à conclusões sobre como deveria ser o modo de vida de uma criança socialista. Bom comportamento, amor ao país, dedicação aos estudos e respeito aos amigos eram valores que todos os dias atravessavam as telas de TV de toda a RDA.

Embora outros mundos estivessem ao alcance de Sandmann e seus amigos, muitas vezes ele pousava sua nave no seu destino favorito: a União Soviética. Recebido no centro da Praça Vermelha pelos seus camaradas soviéticos, Sandmann sempre demonstrava como a URSS era a melhor amiga da Alemanha. Em outros momentos, dirigia seu carrinho da marca nacional Trabant pelos interiores da Alemanha e conhecia os camponeses do país, ajudando seus amigos no trabalho comunista.

Toda a animação era feita em stop-motion e por décadas suas canções que falavam de como era bom estudar e viver num país pacífico e socialista encantaram as mentes e corações de alemães. Dentro do programa, outras histórias paralelas eram apresentadas. Animais falantes, florestas, escolas, esses eram os cenários e personagens.

O final do programa acontecia através da canção da despedida, que dizia “Crianças, queridas crianças, eu adorei essa aventura. Agora, rápido, vão para a cama e tenham uma boa noite de sono!”.

Mesmo após a queda do Muro, o desenho permaneceu no imaginário popular e recentemente chegou a ganhar uma nova versão.

Por Lucas Rubio