Orientalismo e Perigo Amarelo no Brasil

Orientalismo e Perigo Amarelo no Brasil
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Por que predomina por aqui a ideia de que no Egito, Irã, Índia e China as pessoas são escravizadas, comem animais estranhos e se vestem esquisitamente? Por causa de uma ideologia chamada ORIENTALISMO.

O Oriente é uma invenção do Ocidente. A ideia de que existem dois mundos, um “ocidente civilizado, sofisticado, cristão e branco” contra um “oriente bárbaro, exótico, pagão e colorido” é uma herança do imperialismo do século XIX, no qual europeus arrogavam a si a missão de levar o “progresso” aos povos atrasados. Chegaram a chamar isso de “fardo do homem branco”, que seria a maneira racista de impor seu modo de vida aos povos “coloridos” amarelos, vermelhos e negros.

Orientalismo e Perigo Amarelo no Brasil

A imagem do “despotismo oriental”, contrário à “democracia ocidental”, continua viva no imaginário e segue alimentada pela mídia e filmes. Hoje, o papel de “civilizar e levar a democracia” onde reinam “ditadores sanguinários que matam o próprio povo” é evocada pelos Estados Unidos a fim de fazerem guerras pra roubar petróleo.

Para eles, a América Latina, da qual o Brasil faz parte, não pertence ao Ocidente, mas aos povos bárbaros. Portanto, quando um brasileiro compra o discurso do “perigo amarelo” contra chineses, toma o lado dos Estados Unidos contra a Coreia do Norte e o Irã e acha que os árabes são terroristas, está apenas repetindo o discurso imperialista do ORIENTALISMO, que oculta a realidade de que a suposta democracia ocidental é democrática apenas aos interesses dos bilionários.

Mais que isso: ignora que quem trouxe de volta a escravidão ao mundo foram os europeus ao colonizarem a América, África e Ásia.

Vale a pena, portanto, brasileiros comprarem o discurso do ORIENTALISMO?

Por Thomas de Toledo