O Brasil queima as oportunidades de recuperação de sua economia

Como que atendendo ao chamado dos sinais de fumaça causados pelas queimadas que destroem parcialmente a Amazônia brasileira, as sete maiores potências econômicas do mundo decidem se reunir para discutir as saídas para um cenário cujas consequências atingem o governo brasileiro em um dos eixos de sua política que pouco imaginaram impactar.
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Como que atendendo ao chamado dos sinais de fumaça causados pelas queimadas que destroem parcialmente a Amazônia brasileira, as sete maiores potências econômicas do mundo decidem se reunir para discutir as saídas para um cenário cujas consequências atingem o governo brasileiro em um dos eixos de sua política que pouco imaginaram impactar.

Desde o início, ao demonstrar menosprezo pelas comunidades indígenas ameaçadas de perder os acordos de demarcação de suas terras, os agentes do governo agora apáticos, parecem não compreender que o discurso político que levou fim aos fundos de apoio ao desmatamento é o fio condutor das queimadas que, além das graves consequências de perdas da biodiversidade, criaram a abertura para uma crise internacional a caminho de afetar a já combalida economia.

Ações de boicote a produtos brasileiros se disseminam pela internet de mercados consumidores de produtos exportados pelo agronegócio. E diante de acusações de o governo descumprir o acordo de preservação ambiental com a comunidade internacional, o setor exportador observa o risco do tratado de livre comércio com a UE ser adiado, reduzindo a expectativa de recuperação que poderia estimular a criação de novos empregos que segue insuficiente.

No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego medida pelo IBGE atingiu 12%, representando um total de 12,8 milhões de desempregados. A subutilização total da mão de obra atingiu 28,4 milhões de pessoas, grupo que reúne os desocupados, os subocupados (disponíveis para trabalhar mais horas) e os desalentados (que desistiram de buscar emprego).

Por motivos diversos uma parcela significativa da população economicamente ativa não consegue encontrar trabalho, e a ausência de dinâmica econômica capaz de gerar novos postos é determinante para o país fracassar na recuperação. Diante disso, aguardar que o estimulo ao crescimento parta de um movimento interno da economia é uma rota penosa ao trabalhador que espera ações imediatas do governo.

Mesmo após o encaminhamento das reformas pelo Congresso, o movimento em direção de se estimular o mercado de trabalho segue apático, pois em detrimento de políticas econômicas claras para beneficiar o crescimento da atividade, preserva-se como prática as estratégias para privilegiar discursos como os que levaram ao desastre na Amazônia.

O comum entre essas ações do governo para ambos os setores até aqui, é que o Brasil continua perseguindo o trágico destino das queimadas: ao passo que deixa arder a floresta amazônica, desdenha da riqueza de sua diversidade e, na rota contínua de negligenciar as políticas de estímulo a criação de emprego, queima as oportunidades de recuperação da economia brasileira.

Por Thiago Luis Alves Maia