Os Lobos de Wall Street e a carne sintética do Vale do Silício

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A última moda é o chamado “lab grown meat”, isto é, carne sintética, ou seja, produzida artificialmente, supostamente a partir de células-tronco. Esse troço (me recuso a chamar isso de comida) é produzido por uma empresa estadunidense chamada Eat Just (antiga Hampton Creek), sediada no Vale do Silício (onde mais?). Cingapura, há poucos dias, se tornou o primeiro país a autorizar a venda dessa coisa.

Claro que uma ideia desse tipo não poderia ter vindo de gente do bem. Não veio mesmo. A Eat Just é parceira de Bill Gates na fabricação de “alimentos” artificiais, é financiada por ele e foi escolhida por ele como uma das três empresas que modelarão o futuro da alimentação [1] [2].

O CEO e fundador da Eat Just, Josh Tetrick, trabalhou no governo Bill Clinton e assessorou a reforma das “leis de investimento” na Libéria feita pelo governo neoliberal de Ellen Johnson Sirleaf que, por meio dessa reforma, tornou o país refém do FMI, iniciou a privatização do setor elétrico e avançou a privatização até mesmo das escolas primárias [3].

É claro que Bill Gates, Josh Tetrick, os membros do Clube Bilderberg e os lobos do Vale do Silício e de Wall Street não deixarão de comer uma saborosa picanha tirada de um boi de verdade. Eles, os aristocratas do novo (a)normal, podem, e a escalada dos preços da carne já serve para fazer o resto desacostumar da ideia de comer carne de verdade. Já os reles plebeus, como eu, você, o seu Rodolfo, a tia Nerci e o primo Cadu, se quisermos comer “carne”, teremos que comer ou essa porcaria sintética, que já será cara, ou, então, comer “carne” de insetos mesmo, que será mais acessível ainda e caberá com mais conforto na renda básica que o FMI e o Banco Mundial querem enfiar goela abaixo de todo mundo em troca do eterno desemprego e da eterna inutilidade. E se algum de nós reclamar, será tachado de fascista, negacionista, genocida e qualquer outro apelido que os jornalistas e especialistas – os sacerdotes do novo (a)normal – inventarem.

Era melhor ser “jurássico” do que ser moderno, não é mesmo?

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[1] – https://www.forbes.com/sites/ryanmac/2014/05/13/bill-gates-backed-food-startup-hampton-creek-begins-to-come-out-of-shell-make-money/?sh=64c6abe444c9

[2] – https://www.washingtonpost.com/blogs/post-live/wp/2015/10/23/meet-hampton-creek-founder-josh-tetrick

[2] – https://www.bbc.com/news/world-africa-36074964