Elena Landau no País dos Liberalismos

Elena Landau no País dos Liberalismos
Foto: Agência Brasil
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A economista Elena Landau tuitou: “esse país não tem chance de dar certo”. Com sua grande audiência, logo recolheu respostas confirmatórias à sua sentença de morte, cada uma trazendo seu micro exemplo pessoal para demonstrar o estado de quase caos em que vive o Brasil dos nossos dias.

Virou prática comum. Pessoas que passaram os últimos 40 anos defendendo uma agenda que distorceu nossa compreensão da realidade, esgarçou a solidariedade social e corroeu o tecido econômico agora vêm a público dizer “tá vendo? Isso aqui não tem jeito”. Ficam a ponto de sugerir uma desistência coletiva do Brasil, e invariavelmente jogam a culpa numa suposta irracionalidade e preguiça do povo.

Ora, Elena Landau, isto nada mais é do que a vossa conta chegando. E uso “vossa conta” porque ela própria é apenas uma de muitos defensores da agenda da morte. São quarenta anos defendendo a agenda da morte. Por que se surpreendem com o cheiro de putrefação que agora sobe aos vossos narizes?

Elena Landau no País dos Liberalismos
Foto: Agência Brasil

Apenas nos últimos anos, e com poucos atos, os representantes da agenda da morte empurraram vastos contingentes sociais para a informalidade e o desemprego. Claro: prometeram que a reforma trabalhista estimularia a criação de empregos, e o Brasil caiu feito um pato. Agora, a imensa maioria se vê jogada em relações de trabalho que, ou lhe despertam medo profundo de viver uma tragédia econômica, ou lhe despertam uma revolta profunda de já viver uma tragédia econômica.

A maioria destas pessoas (cidadãos do país que Landau diz que não pode dar certo) olha para os lados e não encontra nada. Nada! Ou bem dirigem uber, ou bem entregam comida, ou fazem doces para vender, ou faxinam casas alheias. Se ao menos pudessem conversar com seus filhos ao fim do dia e receber boas notícias, mas nem isso. Os filhos estão desesperados com a falta quase absoluta de perspectivas de futuro. Já se desmotivam de estudar, e sabem que o mundo do trabalho lhes reserva uma vida inteira de precariedade.

E que fazem, então, pais e filhos no Brasil de Elena Landau? Recorrem ao consolo das igrejas e das redes sociais.

Empregos de qualidade? Políticas de desenvolvimento industrial amplas e espalhadas pelo país? Investimentos massivos em infraestrutura? Estruturação correta do SUS e da educação pública?

Não pode! Está proibido pelo Consenso de Washington (aliás desmoralizado no mundo inteiro exceto no Brasil de Elena Landau). Por aqui, ainda caímos no conto do vigário da renúncia ao investimento público e ao orçamento com finalidade social. Afinal, Elena Landau e seus amigos nos prometem que os investimentos internacionais virão criar empregos de qualidade. Enquanto isso, pais e filhos do Brasil real lotam igrejas e redes sociais em busca de consolo e esperança.

Mas nada disso lhes importa, enquanto o setor financeiro continuar dando as cartas e a economia real que gera empregos e sustenta famílias estiver perdendo terreno. Preferem não ver que seu país dos liberalismos inflaciona preço de alimentos por abdicar de estoque regulador, aumenta o preço do combustível por abdicar do refino, quer encarecer os serviços postais com a privatização dos Correios, quer sair dos setores de alta tecnologia onde conseguimos participar.

Será que a Elena Landau sabe que a Ceitec está a ponto de fechar uma patente internacional com a Pirelli para incorporar microchips brasileiros em todos os pneus da empresa? Provavelmente não, ela deve ter ouvido falar da Ceitec apenas com as mentiras do defraudador Salim Mattar.

Pois bem, não reclamem do cheiro de cadáver porque passaram 40 anos defendendo uma agenda da morte.

Aqueles que não se deixaram intoxicar por mentiras fatalistas como esta sabem, e sabem bem, que o Brasil não está fadado ao fracasso. O Brasil está, sim, fadado a algo muito mais difícil e desafiador do que simplesmente fracassar. O Brasil está fadado a um PROJETO NACIONAL.

Pois aqui, a regra é simples: é Projeto Nacional ou morte.