Por Gustavo Gindre – Carvão é extremamente poluente. Petróleo também. Hidrelétricas com reservatórios impõem destruir o meio ambiente e impactar a hidrologia. Hidrelétricas a fio d’água, energia solar e energia eólica nos deixam dependentes da natureza e a eólica ainda tem o problema da morte de pássaros. Fissão nuclear tem o risco de acidentes e o problema do lixo radioativo.
Já a fusão nuclear não tem nenhum desses problemas e seu único rejeito é o gás hélio (e os mergulhadores técnicos agradecem…).
Mas a fusão nuclear a frio ainda é uma quimera.
E a fusão nuclear hoje implica em temperaturas de dezenas de milhões de graus celsius. Então, acaba-se gastando mais energia para esquentar o plasma do reator do que a energia a ser produzida por esse reator. Ou seja, o saldo energético é negativo.
Atualmente, o maior projeto de engenharia do mundo é o ITER, no sul da frança. Trata-se de um reator toroidal (da forma de uma rosquinha), de fusão nuclear, capaz de produzir mais energia do que aquela consumida.
É uma obra gigantesca, que já está atrasada alguns anos e vem consumindo vorazmente bilhões de dólares. Ainda não será um reator capaz de fornecer energia elétrica para residências e fábricas, mas, se der certo, abre as portas da humanidade para um capítulo totalmente novo de sua existência.
Do ITER participam Estados Unidos, União Europeia, Índia, Japão, Coreia do Sul, Rússia e China. O Canadá, por um motivo que desconheço, se retirou do projeto. E o Brasil, apesar de convidado ainda nos governos do PT, nunca se interessou. Pra que, né?
Agora, a China anunciou ter colocado em funcionamento um reator de fusão nuclear na província de Sichuan. Ele não é um reator capaz de ter saldo energético positivo e seu plasma precisa ser esquentado a uma temperatura 10 vezes maior do que o núcleo do sol. Mas, com certeza, coloca a China na vanguarda da pesquisa de fusão nuclear.
PS: Vi que o Canadá não voltou para o ITER, mas acabou de assinar um termo de cooperação.
Por Gustavo Gindre