É tudo pra ontem!

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A inflação tem sido severa com os mais pobres, mas o maior vilão aqui é o mergulho dos salários devido ao mercado de trabalho moribundo.

O salário efetivo (linha vermelha) capta todos os efeitos deste ano horrendo; já o salário habitualmente recebido (linha laranja), não.

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Já há indicativos de desaceleração nos preços de insumos básicos que devem chegar aos bens de consumo nos próximos meses. A linha azul abaixo mostra que as expectativas de inflação para 2020 já se reverteram e que para os próximos 3 anos estão ancoradas em torno da meta (3,75%).

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Preocupante é esta elevação do IGP-M, fruto dos choques de câmbio e dos preços internacionais que acumulou 23% neste ano. Este índice reajusta uma série de serviços e aluguéis de imóveis e deve impactar os reajustes de planos de saúde tbm (previsão de 35% de elevação em 2021).

IMG_9045.pngOs dois gráficos acima tbm trazem boas notícias: a inflação esperada para os próximos anos está ancorada em níveis mais baixos. Por isso, a linha vermelha abaixo mostra que o mercado está elevando a taxa SELIC para 2021, para quase zerar a taxa real de juros. Explico-me.

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A taxa real de juros incorpora o desconto da inflação da taxa nominal de juros (cobrada no dia a dia). Hoje, a tx real é de – 2,39%, pois a SELIC está em 2% e a inflação deve fechar em 4,39%. Para 2021, o mercado prevê inflação de 3,35% e SELIC de 3,13% (tx real de -0,22%).

Tudo vai depender do ritmo da economia que foi tenebroso neste ano pandêmico (linha azul). É bastante incerto se a economia vai se recuperar como o mercado prevê (outras linhas). O setor de serviços que emprega 7-8 em cada 10 brasileiros ainda tenta se levantar.

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Qual é o plano nacional de vacinação? O governo apresentará um plano fiscal crível e que não exclua a população carente ainda exposta aos impactos da pandemia? O que realmente me angustia é a incerta retomada dos salários, a melhor proteção dos trabalhadores contra a inflação.

Infelizmente, os investimentos não voltarão sem uma coordenação mais clara das áreas de saúde e econômica do governo federal.

O trabalhador tem pressa.

Como diria o @emicida: É tudo pra ontem!