Por uma Revolução Industrial Brasileira

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Há mais ou menos 40 anos, o Brasil parou de se desenvolver economicamente. Foi a partir dali que uma grande onda dominou o debate econômico. A palavra de ordem passou a ser cortar gastos públicos, privatizar empresas públicas, baixo investimento em infraestrutura, pouco estímulo à atividade econômica real e muito estímulo à especulação financeira.

Neste caminho, o Brasil passou a viver uma face ainda mais cruel do processo: a desindustrialização. O que isto significa? Alguns acham que é apenas a perda de espaço da indústria brasileira na formação do nosso PIB. Mas não é só isso. A desindustrialização representa uma perda generalizada de complexidade econômica, principalmente das nossas capacidades tecnológicas. Nossa economia emburreceu.

Talvez você já tenha lido que a desindustrialização é uma característica da nossa época, e que ela tem a ver com a transformação digital das economias. Mas o caso brasileiro não se encaixa nisso.

Nos países ricos, os setores industriais vão abrindo espaço para os chamados “serviços sofisticados”, que têm alto valor agregado. Aqui não, nossas fábricas e empresas de todo tipo de tecnologia são substituídas por serviços de baixíssima produtividade. A explosão dos serviços de motorista de aplicativo e entregadores de comida mostra com exatidão o que vem acontecendo com o Brasil. Na literatura econômica, esta regressão produtiva tem um nome que você deve conhecer: desindustrialização precoce, por ocorrer antes do país alcançar um nível alto de PIB per capita.

E quais são os efeitos da perda de tecido produtivo em um país como o nosso? Com menos complexidade econômica, haverá menos empregos de qualidade; a renda média do trabalho vai ficar cada vez menor; o país vai exportar produtos de menor valor e assim precisará se endividar no exterior impactando a taxa de câmbio; haverá menos empresas locais provedoras das grandes indústrias; a prosperidade restante ficará concentrada em poucos lugares do país, e a concentração de renda tende a aumentar.

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Tudo isto já é uma realidade no Brasil. Nestes tempos de “agro é pop”, nossa realidade econômica é a de um país que aos poucos volta ao tempo colonial e sua economia primária.

Mas quando ligamos a TV ou abrimos os grandes jornais, essa realidade dramática não aparece como deveria. Até se fala dos milhões de desempregados e do baixo crescimento econômico. Mas, quando se comenta sobre as soluções, o que aparece? As mesmas recomendações de sempre: corte de gastos, reformas que destroem direitos e reduzem a renda, redução de investimentos públicos, privatizações.

Um observador mais desconfiado já começaria a duvidar da eficácia desta agenda, que nos últimos cinco anos tem sido radicalizada com resultados no mínimo frustrantes em termos de desenvolvimento socioeconômico. Isto apesar de o mundo viver uma guinada no pensamento econômico. A grande crise mundial de 2008 surpreendeu o mainstream econômico, que foi incapaz de prevê-la ou resolvê-la. Em todo o mundo, o rei ficou nu. Expoentes da economia como Paul Romer, Paul Krugman, Joseph Stiglitz e outros fizeram um extenso mea culpa, aceitando em textos acadêmicos e jornalísticos que seus modelos falharam. Enquanto isso, no Brasil, os economistas ortodoxos fingiram que nada acontecia e continuaram na defesa de seu dogma.

A grande mídia econômica brasileira, claro, ajudou a criar a cortina de silêncio que mantém a sociedade longe dos novos debates sobre Economia no mundo.

A Revolução Industrial Brasileira quer criar um movimento de opinião contrário a tudo isto. Desde agosto de 2019, nós usamos o Youtube para divulgar ideias, visões, pesquisas e fatos da realidade brasileira que não aparecem na mídia econômica comercial. Temos contado com o apoio de grandes nomes da Economia do Desenvolvimento em entrevistas regulares, e apresentamos vídeos de reportagem e reflexão sobre a complexidade econômica do mundo atual, e como ainda é a inserção brasileira neste novo mundo.

Até agora, a Revolução Industrial Brasileira ainda é só um canal de Youtube. Mas quer ser muito mais. É por isso que abrimos uma campanha de apoio financeiro, através da plataforma “Apoia-se”. Na campanha, estabelecemos nossas metas e propomos recompensas para os apoiadores. A ideia é que você nos ajude a alcançar as metas porque acredita no projeto. Quanto às recompensas, pensamos nelas como forma de alimentar ainda mais a Revolução Industrial Brasileira: todas elas são maneiras de propagar mais conhecimento e informação sobre o debate econômico não hegemônico.

Convidamos você a conhecer nossa campanha e contribuir com um projeto que quer mudar definitivamente a realidade chapada do debate econômico, que acorrenta o Brasil ao subdesenvolvimento.

Junte-se à Revolução Industrial Brasileira!

Por Fausto Oliveira e Fernando Ferro

Link para o canal: https://www.youtube.com/channel/UC1tDzfW7PlxWU6athUx2rtg

Link para campanha no Apoia.se: https://apoia.se/industria

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