Setor de Serviços tem queda de -0,9% em maio

Setor de Serviços tem queda de -0,9% em Maio
Foto: Cristiano Mariz/VEJA
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Em um momento como o atual, faz pouco sentindo tomar as séries com ajuste sazonal. É melhor comparar com igual mês do ano anterior. Junte agora com indicadores do comércio, indústria e vejam a gravidade da crise.

A evolução do índice de média móvel trimestral para o total do volume de serviços apontou retração de -6,8% no trimestre encerrado em maio de 2020 frente ao nível do mês anterior, intensificando o ritmo de queda ante janeiro (-0,1%), fevereiro, março (-2,5%), abril (-6,5%):

Agora vem o mais grave. Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do setor de serviços, ao recuar 19,5% em maio de 2020, registrou a taxa negativa mais intensa desde o início da série histórica para este tipo de indicador:


No índice acumulado dos primeiros cinco meses de 2020, frente a igual período do ano anterior, o setor de serviços recuou -7,6%, com queda em quatro das cinco atividades de divulgação e com expansão em apenas 27,7% dos 166 tipos de serviços investigados.

O recuo do volume de serviços, comparado com o mesmo mês do ano passado, a queda de -19,5% no Brasil foi acompanhado por 25 das 27 unidades da federação. A principal influência negativa ficou com São Paulo (-20,2%), Rio de Janeiro (-17,3%), Minas Gerais (-17,7%).

Junte-se a isso os resultados do comércio: quando a gente analisa o mês de maio de 2020, comparado com maio de 2019, podemos identificar uma queda de -7,2%. Além do mais, se considerarmos o acumulado no ano, temos uma queda de -3,9%.

Ainda, junte-se os resultados da indústria: quando a gente compara com o mesmo mês do ano passado, vemos uma queda de -21,9%. E vejam uma coisa, o ano passado o crescimento econômico do país e da indústria já foram irrelevantes.

Conclusão: vejam que os indicadores da indústria, do comércio e de serviços colocam em evidência uma crise que podemos considerar grave e que, tudo indica, a recuperação será lenta.

Pior, essa crise se arrasta desde 2014, com o aumento do desemprego e da desigualdade social.

Por Uallace Moreira, mestre e doutor em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da UNICAMP e  professor da Faculdade de Economia da UFBA.