99 anos de Brizola – O testemunho de quem não viu

Por Matheus Bizzo - Conheci Brizola pelos ouvidos. Ele nos deixou quando faltava 1 mês para eu completar 8 anos de idade. Farei 25 em 2021. O que pode ser triste para um trabalhista. Contudo, foi dessa escuta de criança e adolescente que entrei para a vida adulta admirando a luta desse grande brasileiro que faria 99 anos hoje.
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Por Matheus Bizzo – Conheci Brizola pelos ouvidos. Ele nos deixou quando faltava 1 mês para eu completar 8 anos de idade. Farei 25 em 2021. O que pode ser triste para um trabalhista. Contudo, foi dessa escuta de criança e adolescente que entrei para a vida adulta admirando a luta desse grande brasileiro que faria 99 anos hoje.

Como muitos sabem, nem sempre fui filiado ao PDT na minha – curta – vida política. Estou em casa há apenas 3 anos. Mas, não por acaso – ele não existe -, sempre me considerei brizolista publicamente. Não havia entendido a dimensão do Trabalhismo, mas ser fluminense (gentílico e futebolisticamente, graças a Deus) é entender as marcas de Brizola no meu querido Rio de Janeiro.

Do Sambódromo até a duplicação do Guandu, passando por mais de 500 CIEPs e chegando até a Linha Vermelha, vemos por todos os cantos do RJ marcas de um gestor ligado aos interesses da maioria trabalhadora que constrói o Brasil.

Leonel de Moura Brizola, que foi camponês, operário, líder estudantil, engenheiro e político de grandes êxitos foi duramente perseguido. Afinal, ser um político nacionalista, recordista mundial em construção de escolas e defensor da emancipação dos trabalhadores não terá nunca vida fácil – fugir disso é pura covardia.

Esse Brizola, inimigo mortal da Globo, de parte importante da elite brasileira e até do serviço de inteligência dos EUA, a CIA, herdeiro político direto de Getúlio Vargas foi combatente e combatido até seu último suspiro.

Dos dias de glórias aos dias de cão, jamais mudou nem um milímetro de lado. Do velho PTB de Getúlio, passando por um exílio barra pesada, depois de golpe que nos tirou a legenda (narrado pelo poema de Carlos Drummond de Andrade), fundando o PDT, ganhando e perdendo no Rio e nacionalmente, jamais mudou de lado.

Em 2004, há quem diga que morreu derrotado. Perdeu as últimas eleições, mas seus últimos adversários diretos, Marcelo Crivella e Sérgio Cabral, estão desmoralizados publicamente, enquanto o Velho Leonel foi absolvido e está como Herói da Pátria pelos tribunais da História.

Todo historiador sabe que o “se” não existe na História. Mas peço licença que foi, sim, o melhor presidente que não tivemos.

Sua luta me inspira e seguirá inspirando gerações e gerações de trabalhistas, defensores da causa nacional-popular.

Que falta você faz, Brizola.

  1. Se honram tanto a memória de Brizola que restaurem o PDT ao que era, pois o PDT atual é uma vergonha, passa longe de ser nacionalista, longe de ser trabalhista.

  2. E assinando embaixo às palavras de Fábio: as tentativas de associação ao liberalismo de esquerda, a associação ao identitarismo na arregimentação da juventude e a tentativa de se açodar sob um viés social democrata, além de Ciretagem e de uma posterior associação a Mangabeira Unger (inimigo de Brizola), também seriam a pá de cal a um renascimento natimorto do PDT.

    O trabalhismo brasileiro deve ressurgir dentro de ser brasileiro, no resgate a seu pensamento próprio, com perspectivas próprias e de seus referenciais do passado. Todo o resto está, ao meu entender, fadado ao fracasso.

  3. Brizola morreu no dia do meu aniversário, e foi o pior aniversário que já passei. Brizola foi o maio líder desse país, e foi combatido por toda essa elite anti nacional e anti democratica que temos no Brasil.

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