A aliança civil-militar na Venezuela

a aliança civil-militar na venezuela por felipe quintas nicolas maduro esquerda militares
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A aliança civil-militar, lindamente simbolizada nessa imagem, é um dos principais fatores de manutenção do socialismo patriótico bolivariano.

a aliança civil-militar na venezuela por felipe quintas nicolas maduro esquerda militares

No Brasil, desde a redemocratização, o Império agiu para impedir uma aliança civil-militar desse tipo minando, tanto na esquerda quanto nos militares, o que até então aproximava a maior parte de ambos, que era o nacionalismo. Várias ong’s, fundações e think tanks ligados ao establishment norte-atlântico lograram êxito em difundirem, entre a esquerda, a ideologia liberal da sociedade civil pluralista e virtuosa contra o Estado autoritário e em particular contra as Forças Armadas, e entre essas últimas, a ideologia liberal do “livre-mercado” como política de defesa contra o comunismo, simbolizado nos partidos de esquerda.

O resultado é o divórcio entre esquerda e militares, que veio à tona com a famigerada Comissão da Verdade, uma grande arapuca promovida por ong’s estrangeiras para desfazer o pouco de reaproximação entre esquerda e militares que houve nos governos Lula e deixar o Brasil vulnerável à guerra híbrida que veio com toda a força contra nosso país a partir de 2013 (embora já atuasse antes, como na campanha contra Belo Monte).

Apesar da adesão de boa parte das Forças Armadas aos governos ultraliberais do Temer e do Bolsonaro, essa adesão não é recíproca pois o objetivo dos ultraliberais é recolonizar o Brasil e isso não é feito sem destruir o Estado e, portanto, também as Forças Armadas, o que explica a fragilidade e a humilhação dessas no governo Bolsonaro.

Tanto a esquerda quanto os generais brasileiros ficam perplexos com a Venezuela, pois ela é o exemplo do sucesso de tudo aquilo que ambos são doutrinados há décadas a repudiarem, além de verem que lá, onde seus homólogos são unidos, todos ganham, enquanto aqui, divorciados e em oposição, ambos perdem e são humilhados.

Espero que a necessidade e o exemplo venezuelano libertem a esquerda e os militares brasileiros das travas ideológicas administradas pelo Império e forcem a reaproximação aqui entre ambos. Sem essa reaproximação não haverá Brasil por muito mais tempo.