O pesadelo chileno e o sonho do império

Em 1970 chegava ao poder do Chile o socialista e nacionalista Salvador Allende. Chegou ao poder com apoio popular e por meio da própria democracia burguesa. Os burgueses sabem que seu sistema serve aos seus próprios interesses, como a democracia representativa. Eles a defendem somente enquanto ela estiver subserviente ao grande capital. No entanto, às vezes o tiro sai pela culatra, como no caso da vitória de Allende pelo voto popular.
Botão Siga o Disparada no Google News

Em 1970 chegava ao poder do Chile o socialista e nacionalista Salvador Allende. Chegou ao poder com apoio popular e por meio da própria democracia burguesa. Os burgueses sabem que seu sistema serve aos seus próprios interesses, como a democracia representativa. Eles a defendem somente enquanto ela estiver subserviente ao grande capital. No entanto, às vezes o tiro sai pela culatra, como no caso da vitória de Allende pelo voto popular.

Allende chega ao poder com um plano de profundo sentimento nacional e popular, que envolvia a soberanização do Chile e a independência dos trabalhadores de sua miséria. A burguesia, obviamente, não iria aceitar ceder nada a classe produtiva – trabalhadora – sem antes espernear. É isso que fizeram: Desde que Allende sobe ao poder, a burguesia e a ala mais reacionária do exército promovem constantes atentados terroristas, levantes e desordem para atrapalhar o governo legítimo e popular. Além disso, agiam pelo controle psicológico e alienante da mídia. Digo, a burguesia chilena controlava mais de 80 veículos de radiodifusão e 64 jornais impressos, de exemplo, Nixxon, presidente dos EUA, liberou mais de 700.000 U$ para financiar as mídias burguesas contra Allende. O império estava coordenando as ações antipopulares e golpistas para evitar que tivesse prejuízo nos seus negócios às custas de exploração das riquezas e da mais-valia do povo chileno.

Mas, mesmo com os ataques constantes da burguesia apátrida e do império estadunidense, Allende em somente 3 anos revira as bases produtivas do Chile de ponta a cabeça para um modelo mais popular, racional e produtivo. Quando Allende assume o Chile o país tinha a segunda maior dívida pública do planeta, 45% do capital do país estavam nas mãos de investidores estrangeiros, as minas de cobre (principal produto de exportação do Chile até hoje) estavam no absoluto controle estadunidense e 80% das terras estavam na posse de pouquíssimos grandes latifundiários. Apesar dessa situação catastrófica, Allende estatiza bancos, empresas estratégicas e as minas de cobre. Allende também começou a Reforma Agrária para distribuir a terra ao povo pobre. No primeiro ano de Allende, o Chile cresce a mais de 8%, o maior crescimento da América Latina.

Infelizmente, com os constantes ataques do império na tentativa de derrubar o governo legítimo, a economia começa a piorar. Mas, mesmo assim, a situação ainda estava bem melhor diante do que viria. Em 11 de Setembro de 1973, o rato do império e narcotraficante Augusto Pinochet, junto de um bando de vira-latas, seguindo fielmente as ordens do patrão estadunidense, dá um golpe no país, assassinando o grande camarada Salvador Allende, que nesse momento entra para a história latina como um grande herói de libertação nacional.

Com Pinochet, o Chile experimentou um aumento sem precedentes da desigualdade, da inflação e da pobreza. Quando ele deixa o poder, os números espantavam: 40% da população estava na pobreza extrema e havia 200 mil chilenos exilados. Ou seja, a opção burguesa é sempre pela via de preservação do seu capital, seja pela democracia representativa, seja pela ditadura. Aqueles que ousam confrontar, pagam um terrível preço, como o camarada Allende no Chile e nosso João Goulart aqui no Brasil.

VIVA O CHILE POPULAR!
VIVA O GRANDE HERÓI SALVADOR ALLENDE!
VIVA O ANTI-IMPERIALISMO!
VIVA O NACIONALISMO DE ESQUERDA!

Nota em homenagem ao camarada Salvador Allende e seu legado de justiça, igualdade e nacionalismo