Anísio Teixeira: o maior Ministro da Educação que o Brasil não teve

Anísio Teixeira o maior Ministro da Educação da história do Brasil
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A história do grande Educador Anísio Teixeira, o homem que ousou pensar na educação igualitária para todas as classes sociais.

“Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública”

“Somente a educação e a cultura poderão salvar o homem moderno e que a batalha educacional será a grande batalha do dia de amanhã”

“Profissões se regulamentam, mas não se regulamenta a cultura. Um homem culto e um homem diplomado são duas coisas, infelizmente, bem diversas entre nós.”

“Jamais fizemos da educação o serviço fundamental da República…”

Anísio Spínola Teixeira nasceu em 12 de julho de 1900 em Caetité (BA). Filho de fazendeiro, estudou em colégios de jesuítas na Bahia e cursou direito no Rio de Janeiro. Diplomou-se em 1922 e em 1924 já era inspetor-geral do Ensino Baiano. Viajando pela Europa em 1925, observou os sistemas de ensino da Espanha, Bélgica, Itália e França e com o mesmo objetivo fez duas viagens aos Estados Unidos entre 1927 e 1929.

Após as viagens, Anísio observou que um dos problemas estruturais do país era a falta de uma rede educacional que ensinasse um projeto de sociedade às pessoas.

Por isso passou a encampar uma árdua luta para implantar no país uma escola pública universal onde todos poderiam estudar e ter as mesmas oportunidades de instrução e formação humana.

Anísio Teixeira o maior Ministro da Educação da história do Brasil

De volta ao Brasil Anísio foi nomeado diretor de Instrução Pública do Rio de Janeiro, onde criou entre 1931 e 1935 uma rede municipal de ensino que ia da escola primária à universidade.

Perseguido pela ditadura Vargas, demitiu-se do cargo em 1936 e regressou à Bahia – onde assumiu a pasta da Educação em 1947. Sua atuação à frente do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos a partir de 1952, valorizando a pesquisa educacional no país, chegou a ser considerada tão significativa quanto a Semana da Arte Moderna ou a fundação da Universidade de São Paulo.

Com a instauração do governo militar em 1964, Anísio passou a ser perseguido pelo regime, e foi obrigado a deixar o país, passando a lecionar em universidades americanas, de onde voltou em 1966 para continuar atuando como membro do Conselho Federal de Educação, sob proteção da UNESCO.

Reconhecido como um dos maiores pedagogos e administradores educacionais do mundo, Teixeira deixou uma extensa obra e um legado espetacular para pensar educação para todos e uma escola em tempo integral.

Grande nome do movimento Nova Escola, os feitos de sua carreira são importantíssimo para a história do Brasil.

Por ser taxado de comunista, pois sua ideia de educação visava direitos iguais à aprendizagem, foi perseguido pelas duas ditaduras brasileiras.

Em seu currículo constam:

Criação da Universidade de Brasília (modelo pedagógico)
Conselheiro Geral da UNESCO
Professor da Universidade da Califórnia e Columbia
Dirigente do INEP
Idealizador e Criador da CAPES
Influenciador do Sistema Estadunidense de escola em tempo integral.
Um dos estrategistas e orientadores das Leis de Diretrizes e Base da Educação brasileira(LDB)
Alcançou projeção mundial junto a Josué de Castro em um trabalho conjunto para oferecer merenda escolas na rede pública brasileira de educação.

Anísio Teixeira morreu em 1971, em circunstâncias consideradas obscuras.

Depois de uma visita ao amigo e lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Anísio desapareceu. Preocupada, sua família investigou seu paradeiro, sendo informada pelos militares de que ele se encontrava detido. Uma longa procura por informações teve início — repetindo um drama vivido por centenas de famílias brasileiras durante a ditadura militar. Mas, ao contrário das desencontradas informações e pistas falsas, seu corpo foi finalmente encontrado no fosso do elevador do prédio do imortal Aurélio, na Praia de Botafogo, no Rio. Dois dias haviam se passado de seu desaparecimento. Seu corpo não tinha sinais de queda, nem hematomas que a comprovassem. A versão oficial foi de que sofreu um acidente. O dia foi 14 de março de 1971.

Apesar do laudo de morte acidental, há suspeitas de que tenha sido vítima das forças de repressão do governo do General Emílio Garrastazu Médici.

Por Joel Paviotti – Iconografia da história