Auxílio, isolamento e unidade – O restante é lateralidade

PEGUE TODA A CRUELDADE, a demofobia e o sadismo exibido pelas classes dominantes brasileiras ao longo de cinco séculos marcados pela escravidão, pelo esmagamento de revoltas populares, pela indiferença à dor dos de baixo, à fome e à miséria. Em seguida, concentre tudo em um ano de pandemia. É o que vivemos, quinhentos anos em um, num genocídio de porão de navio negreiro, de doenças, pestes e desesperos.
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PEGUE TODA A CRUELDADE, a demofobia e o sadismo exibido pelas classes dominantes brasileiras ao longo de cinco séculos marcados pela escravidão, pelo esmagamento de revoltas populares, pela indiferença à dor dos de baixo, à fome e à miséria. Em seguida, concentre tudo em um ano de pandemia. É o que vivemos, quinhentos anos em um, num genocídio de porão de navio negreiro, de doenças, pestes e desesperos.

A pandemia somente agora entra com força na pauta das oposições, coisa que poderia ter acontecido já no início do segundo semestre do ano passado. Paciência, é o que temos, apesar de haver gente ainda a achar que o decisivo é lançar suas candidaturas para 2022.

NÃO HÁ E NÃO PODE HAVER outra pauta além de auxílio emergencial e isolamento social. Auxílio e isolamento! Não há e não haverá vacinas para todo mundo no médio prazo, nem aqui e nem em nenhum país com as dimensões do Brasil. Os imunizantes não são solução ao alcance da mão agora. Auxílio e isolamento são. São propostas simples e eficientes, tornadas complicadas pelo bando de fascistas que comanda o governo federal.

HÁ UMA TERCEIRA AÇÃO EMERGENCIAL a ser tomada: a unidade das forças democráticas. Até aqui, apenas Guilherme Boulos fez o chamado sensato e óbvio. É uma voz na escuridão: nem seu partido parece ouvi-lo, com raras e honrosas exceções, nas bancadas e nos militantes de base. Ainda é uma voz quase solitária, em meio a vaidades, cretinismos e briga por espaços no ano que vem.

Auxílio, isolamento e unidade. Já, agora! O resto é lateralidade.