Não apenas o Brasil não é para amadores, como Bolsonaro não é um deles. Depois do enorme desgaste causado pela crise do coronavírus e sua política errática de combate à pandemia, o presidente reorganiza sua tropa, estabelece uma estratégia, e começa os movimentos táticos. Depois de semanas levando pancadas da Globo e panelaços da classe média, Bolsonaro manteve seu terço de apoiadores no eleitorado, o que inviabiliza os dois terços no Congresso necessários para removê-lo como foi removida a amadora Dilma. O movimento de Bolsonaro neste domingo foi impressionante: mobilizou sua base social com o populismo que os unifica, a anti-política, e colocou Roberto Jefferson, aquele mesmo, corrupto confesso no mensalão, para articular o racha no centrão contra Rodrigo Maia.
O líder carismático risca a linha no chão e aponta os inimigos com discurso que une seus apoiadores em torno de sua figura como representante de seus anseios. Bolsonaro não age por impulso ou mera intuição, apesar de estar mostrando poderoso instinto no enfrentamento. O bolsonarismo é um movimento informado e articulado pelas novas tecnologias de análise massiva de dados, o que se chama de “big data”. Além da submissão geopolítica aos EUA, Steve Bannon e Trump são os paradigmas nos quais se apoiam a família Bolsonaro para a organização e mobilização de seu movimento. Não à toa, os bolsonaristas emulam as carreatas dos norte-americanos contra a política e a favor da disseminação do coronavírus.
De dia, Bolsonaro compareceu à manifestação na qual seus apoiadores pediam o fechamento do Congresso e do STF, novo A.I.5, enfim, um golpe militar, enquanto usa suas redes sociais ostensivamente para atacar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que lidera o mundo da política contra as facções da anti-política, o bolsonarismo e o lavajatismo. A noite, o presidente assiste ao vivo em suas redes socais uma outra transmissão ao vivo. É uma cena de filme distópico de ficção político-científica. A “live da live” é com Roberto Jefferson, que não é mais deputado federal desde que confessou e foi cassado e condenado por corrupção passiva, mas permanece “dono” do PTB. Jefferson ataca Rodrigo Maia acusando o Congresso de não deixar Bolsonaro governar, e adere aos discursos mais alucinógenos da base social bolsonarista na internet como a teoria da conspiração sobre uma “Nova Ordem Mundial” que governaria o planeta através de sociedades secretas. Essa é apenas uma manobra discursiva de Jefferson para se legitimar perante o público bolsonarista que é peça chave das lutas pelo poder dentro do Congresso.
Maia enfrenta Bolsonaro e Guedes no orçamento e articula com os líderes regionais verdadeira “política de governadores”, que efetivamente estão enfrentando a pandemia na gestão do isolamento social e da saúde pública, além dos prefeitos. Mas o fato é que o chamado “centrão” que dá maiorias parlamentares é sempre suscetível a novas negociações e novos climas políticos. A insatisfação com o isolamento social é real e crescente, principalmente entre os mais pobres, onde cada vez mais se concentra o apoio de Bolsonaro diante do aumento de sua rejeição pela classe média. Os governadores sentem as pressões pelo fim da quarentena, e Bolsonaro aposta nessa insatisfação para se salvar do desgaste pela crise econômico-social. Prefeitos a mesma coisa. A cada dia que passa, atores locais e regionais desejam nova negociação orçamentária com a União para seus problemas, e com a sucessão no comando do Congresso chegando, representantes do baixo clero parlamentar começam a ver com bons olhos protagonizar uma aproximação com o governo e rompimento com Maia.
É disso que se trata a surreal aliança entre Bolsonaro, chefe da anti-política boçal que pede o fechamento do Congresso sob acusações de corrupção, com um dos mais notórios corruptos da história do Brasil. Roberto Jefferson está tentando se transformar em uma fênix reacionária da política de negociatas do baixíssimo clero do Congresso. É até meio ridículo acusar hipocrisia numa situação dessas. Ainda mais de uma família presidencial envolvida até a medula com milícias. O que impressiona mesmo é o pragmatismo cruel envolvido nesse movimento contra-intuitivo de Bolsonaro que se volta ao famigerado “toma lá, dá cá” que tanto denunciou para se eleger. A política se impõe. A negação da política tem seu limite na capacidade de destruía-la. Se Bolsonaro não pode fechar o Congresso, ele precisa encontrar sua base parlamentar, é isso que ele está tentando fazer.
Rodrigo Maia, profissional da política que tem protagonizado incríveis freios ao avanço do autoritarismo corporativista judicial e da boçalidade bolsonarista, reagiu com sangue frio. Acusou duramente o grave golpismo do ataque às instituições feito por Bolsonaro, mas sem meter os pés pelas mãos em uma reação histérica como exigem certos setores da esquerda. Derrubar Bolsonaro não está no horizonte imediato. As lutas concretas de cada dia vão se desenrolar, e só haverá dois lados por um bom tempo em todas as batalhas, a política contra a anti-política.
Análise primorosa!
Arrisco um palpite: Rodrigo Maia e o DEM vencerão a disputa dentro do Congresso. E este será o golpe que liquidará a chance de Bozo vencer em 2022 (um racha no centrão é ruim pra Bozo). Quanto ao impeachment, dependerá do desenrolar das crises sanitária e econômica. Hoje não há condições. Daqui a 30 dias, o cenário pode ser outro.
[…] todos confinados e não há como realizar manifestações de rua. Embora o presidente não tenha controle do Congresso, também não existe uma maioria de 2/3+1 contra ele, para viabilizar sua […]
Getúlio Vargas deve está se revirando no túmulo, sabendo que seu partido está sendo comandado por um corrupto e que está apoiando um lunático Anti-patriota.
[…] centrais sindicais emitiram nota unificada contra as manifestações do presidente Jair Bolsonaro neste domingo em atos a favor de um golpe militar para fechar o Congresso Nacional, o STF e cercear […]
[…] todos confinados e não há como realizar manifestações de rua. Embora o presidente não tenha controle do Congresso, também não existe uma maioria de 2/3+1 contra ele, para viabilizar sua […]
Leu minha mente irmao. A arma do povo é a boa informçao.
[…] Bolsonarismo mostrou que a crônica desigualdade, injustiça e corrupção da sociedade brasileira adoeceu […]
[…] sistema político a situação continua confusa. A dura vida de Rodrigo Maia é ilustrativa. Ele apanha do PT na terça-feira por ter colocado a carteira verde e amarela na […]
[…] pelo outro, enaltecimento da ignorância, preconceitos os mais desprezíveis) e agora tenta um jogo extremamente fisiológico com setores do centrão, que vão arrancar o que puderem no governo, mas dificilmente cairão na tentação de confiar […]
[…] desarticulação das forças democráticas sem condições ainda para derrubar Bolsonaro junta-se a arrogância de certos intelectuais que se sentem à vontade para determinar quem entende […]
[…] têm falado que Bolsonaro não é burro. Talvez não seja, mesmo. Mas, vai conseguir chegar aonde nesse ritmo de fakenews e pirotecnia sem […]
[…] a governar: por isso o intenso alarido, a constante fabricação de inimigos figadais a cada nova disputa de poder real, por isso atiça permanentemente a sua base contra a política para mostrar sua força. Trata-se de […]
[…] CPI das Fake News e a Polícia Federal acharam a escandalosa rede de dinheiro sujo por trás da poderosa máquina de difamação e mentira nas redes sociais e […]
[…] das elites”, mas é a favor da elite econômica. Este engodo ele chamou, espertamente, de “nova política“. Ele pode ser acusado de tudo, menos de estelionato eleitoral, e o povo que votou nele […]
[…] Com isso, reforça duas imagens: a de antissistema, ao demonstrar insatisfação para com as negociações políticas com o centrão empreendidas com um ano de atraso pela nova Casa Civil do governo; e a imagem de intransigência no […]
[…] Para tanto, Bolsonaro convocou ninguém menos do que o mafioso Roberto Jefferson para criar defecções no centrão e forjar uma base mínima no […]
[…] Em paralelo, aliciou gente de “ilibada reputação” como Roberto Jefferson para articular um racha no centrão contra Maia. A política do baixíssimo clero e da corrupção à serviço da anti-política. Isso não foi […]
[…] como no assistencialismo econômico perante a crise, além é claro do fisiologismo nu e cru na compra de deputados do centrão. O que fica claro é que a ameaça de golpe militar dos Bolsonaros contra o Supremo Tribunal […]
Haja paciência… Esquerdista quando olha a previsão na bola de cristal….
[…] os generais querem, mas sem o ônus do bolsinarismo. Haveria espaço para acordos com o congresso, sem corrupção, e para um governo de ordem, sem o populismo insano e polarizador de Bolsonaro. Imagina que assim […]
[…] O centro, fluído como é, negocia com todos os setores. O baixíssimo clero do fisiologismo está vendendo votos contra o impeachment para Bolsonaro, enquanto o alto clero liberal liderado por Rodrigo Maia tenta […]
[…] seu gabinete do ódio para atacar os outros poderes da República, enquanto tenta comprar uma base parlamentar corrupta para evitar o impeachment. Sua poderosa milícia digital, orientada pela extrema-direita trumpista […]
[…] declarações públicas e antidemocráticas do Presidente Jair Messias Bolsonaro são muitas. Ele e seus filhos não poupam oportunidades de […]
[…] sistema político a situação continua confusa. A dura vida de Rodrigo Maia é ilustrativa. Ele apanha do PT na terça-feira por ter colocado a carteira verde e amarela na […]
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[…] os generais querem, mas sem o ônus do bolsinarismo. Haveria espaço para acordos com o congresso, sem corrupção, e para um governo de ordem, sem o populismo insano e polarizador de Bolsonaro. Imagina que assim […]
[…] têm falado que Bolsonaro não é burro. Talvez não seja, mesmo. Mas, vai conseguir chegar aonde nesse ritmo de fakenews e pirotecnia sem […]
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