RICARDO CAPPELLI: Debate na Band: começou pra valer a eleição, sem favoritos

Bolsonaro, Alckmin e Boulos durante o debate na Band Foto por F. Bizerra Jr.
Bolsonaro, Alckmin e Boulos durante o debate na Band. Foto por F. Bizerra Jr.
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É nítida a diferença entre Bolsonaro e os demais concorrentes. Enquanto todos se esforçam para construir respostas sofisticadas ele é direto e reto. Fala coisas simples que o povo entende fácil. Quando não sabe, não enrola, deixa claro. Transmite evidentes limites mas também transparência e sinceridade, independentemente do conteúdo.

Vai se consolidando como o anti-establishment. Passa a imagem do brasileiro médio querendo resolver coisas concretas e simples. Subestimar sua capacidade de gerar identificação com o povo é erro grave.

Álvaro Dias é um canastrão lavajateiro. Cria dificuldades para Alckmin, que passou impressão de politicão velho, plastificado. Ciro deveria tirar aquele paletó e gravata, se preocupou demais com formalismos, em não errar. Marina é a mesma de sempre, ou não.

Daciolo ganhou um programa de stand-up comedy no Multishow, vai bombar. Boulos cumpriu seu papel sem brilho. Meireles, se assistir sua performance hoje de manhã, retira a candidatura.

Todos evitaram falar de Lula. A audiência parece ter sido relevante para um primeiro debate ainda longe da eleição.

A estratégia do PT – primeiro anunciou que iria ficar na plateia e depois marcou um debate paralelo – ficou confusa e parece não ter surtido o efeito desejado.

Começou pra valer a eleição. Sem favoritos, com muitos candidatos e tudo embolado. Emoção não vai faltar.

Por Ricardo Cappelli.