Tem que trocar de classe trabalhadora

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O escrito de Vladimir Safatle provocou muito debate e respostas. Algumas respostas foram boas, como a de Gilberto Maringoni, outras nem tanto.

Acabei de ler um escrito no Esquerda Online de um professor lá do Rio de Janeiro polemizando com Safatle.

Esse é sem dúvida o melhor de todos. Repare na lógica do escrito. Para o professor, a esquerda pré-1964, incluso Marighella, o PCB e todo resto, defendiam colaboração de classe. A esquerda pós-ditadura, em sua maioria, também defendia colaboração de classe.

Aliás, segundo o escrito desde 1930 até hoje, isto é, quase 100 anos, a maioria da esquerda defende colaboração de classe. Mas tem uma parte da esquerda, apenas uma, que desde sempre, há mais de 80 anos, aponta o caminho correto: os trotskistas.

Sim. A lógica do escrito é essa. Mostra como os trotskistas, desde o começo da era geológica antes de Adão morder a maça, estavam certos e apontaram os erros dos malditos reformistas, tipo Marighella.

Safatle afirma “a esquerda está morta”. O escrito responde: “não, pois temos os trotskistas [e só eles]”. Uma pena que o Isaac Deutscher nunca tenha escrito o livro “os profetas sem povo”, a continuação da história depois do assassinato de Trotski.

O curioso é: se você avisa algo tem quase 100 anos, e continua avisando, a dedução lógica é que… seu aviso não está sendo ouvido.

A culpa, com certeza, deve ser do povo. Já que como não teve revolução, para soltar um clássico machadiano, “revolução traída”, tem que trocar essa classe trabalhadora. Revolução demográfica para mudar o povo já!

Por fim, bater na história do PCB parece ser o exporto preferido de alguns desde os anos 80. Isso deu muito resultado, prestígio e influência política tempos atrás. Hoje não tanto. A poeira do muro já baixou. Recomendo mudar a música.