Demissão de Santos Cruz foi planejada com Olavo

A demissão do General Santos Cruz foi planejada por Bolsonaro. Está claro que o "mergulho" de Olavo de Carvalho - que afirmou que iria "se recolher" - foi um teatro construído com o presidente.
MONUSCO/Sylvain Liechti
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A demissão do General Santos Cruz foi planejada por Bolsonaro. Está claro que o “mergulho” de Olavo de Carvalho – que afirmou que iria “se recolher” – foi um teatro construído com o presidente.

A crise Olavo x Santos Cruz foi feia. Obrigou o General Villas Bôas – chamado pelo astrólogo da Virgínia de “um doente preso a uma cadeira de rodas” -, a sair em socorro da reputação das Forças Armadas.

Se demitisse naquele momento, o Capitão bateria de frente com todos os generais. Mandou o “guru” se recolher e aguardou o momento certo. No dia em que foi lido o relatório da reforma da previdência, decapitou o general.

Santos Cruz tentou encarnar o papel de moderado pacificador. Foi ele que organizou e construiu a reunião do presidente com os governadores do nordeste, criticada pela ala radical do governo.

Carlos Bolsonaro sai forte do episódio. A queda é um recado também para Mourão, que tenta vestir a mesma roupa de conciliador.

Bolsonaro é guerra e enfrentamento permanente. Eventuais armistícios não passam de manobras diversionistas.

O Centrão deveria olhar pra guilhotina imaginando sua cabeça no mesmo lugar.

Não houve espaço sequer para combinar um “pedido de exoneração”. A demissão humilha as Forças Armadas, uma vitória maiúscula de Olavo de Carvalho e sua trupe.

O episódio é mais um movimento que desafia os que definem os movimentos de Bolsonaro apenas como obra de um “inepto tresloucado”. Ele segue uma lógica. O mais provável é que dê errado. Mas segue coerente com o que pregou na campanha.

Por Ricardo Capelli.