O que esperar de Regina Duarte? 

A atriz global Regina Duarte aceitou o convite de Bolsonaro para comandar a cultura. Regina assume “em período de testes”, pois, como ela mesmo diz, não se sente preparada para o cargo.

Alto secretariado em período de testes é uma piada pronta. Alguém que se diz despreparado para o cargo jamais poderia assumi-lo. Ainda mais sabendo da infinidade de profissionais dedicados que manejam fluentemente o assunto. Colocar uma estagiária como ministra é desmerecer ambos os lados.

Regina não possui qualquer experiência anterior em administração ou tutela de projetos culturais. É atriz. Se estivéssemos falando de futebol, seria equivalente a colocar o Neymar como presidente da CBF.

A atriz jamais figurou como protagonista do mundo político. Ficou conhecida na eleição de Lula quando fez propaganda para o adversário, José Serra, sob o bordão de “Eu tenho medo”.

O medo deu resultado. Lula foi eleito e a atriz continuou no Projac. Com a chegada da onda conservadora, Regina voltou a se manifestar. Foi uma das poucas artistas do alto clero a declarar apoio ao presidente Bolsonaro.

Depois da demissão de Alvim, o Goebbels de baixo Augusta, Regina foi convidada para integrar o governo. O motivo é simples: a “namoradinha do Brasil” – alcunha antiga da atriz – seria um ponto de convergência mínimo,com um perfil menos beligerante e provavelmente alguém que não citaria teóricos nazistas. Pelo menos não integralmente.

As consequências do despreparo de Regina podem ser catastróficas. Alvim, apesar dos apesares, era alguém com experiência em administração cultural. Geriu teatros, peças e projetos diversos. Essa vivência impediu-o de cometer certas atrocidades. Alvim reverteu a portaria que limitava a lei Rouanet em um milhão de reais (inviabilizando a maioria dos projetos atingidos) e manteve os editais de incentivo, defendendo o mecenato por parte do governo.

Regina não possui experiência alguma. Seu discurso na internet demonstra que a atriz está muito mais para o eleitorado aculturado do que para o “Bolsonarismo de grife”. Destila senso comum com desinformação e jamais apresentou qualquer alternativa para o campo que agora está sob sua tutela.

A cultura brasileira não aguenta mais o baque. Peças, musicais, orquestras, músicos, filmes, exposições, estão todos por um fio. Diretores premiados não conseguem viabilizar projeto algum, quando não são censurados previamente por sua “richa” com a família real palaciana.

A cultura respira por aparelhos e não duvidem que a eutanásia Bolsonarista seja pior com Regina do que com Alvim.

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