Felipe Neto está certo: Bolsonaro é um genocida

Felipe Neto está certo Bolsonaro é um genocida
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É simplesmente surreal o que estamos vivendo no Brasil. Em vários aspectos. Todos. Mas no que se trata da política nacional, beira o inacreditável. Dedico esse texto a todas as vítimas fatais de covid-19 no país, às suas famílias e amigos (as). E é em nome desses brasileiros e brasileiras que faço esse apelo, um desabafo desesperado de quem não aguenta mais tanto sofrimento, tanto luto e tanta covardia.

Covardia daquele que nos enoja. O ser humano mais vil que já se sentou na cadeira presidencial da República que voltou a ser das bananas. Jair Bolsonaro é um bandido. Um delinquente que passou a vida no meio de trambiques, sempre se utilizando de bravatas ignorantes e por vezes desumanas para desviar o foco da própria mediocridade.

A Veja denunciava, mais de 30 anos atrás, que Bolsonaro planejou explodir quartéis e espalhar o caos para exigir aumentos salariais para ele e seus colegas. Na prática, o que o então militar da ativa teria feito foi elaborar um plano para cometer um atentado terrorista contra as Forças Armadas do Brasil e por consequência, contra o país e o Estado de Direito.

Em 87, a revista já revelava que o atual presidente era – e é – um criminoso (https://veja.abril.com.br/blog/reveja/o-artigo-em-veja-e-a-prisao-de-bolsonaro-nos-anos-1980/). Na época, a reportagem foi bombástica, revelando que Bolsonaro e outro militar tinham um plano de explodir bombas em unidades militares do Rio para pressionar o comando.

“Sem o menor constrangimento, Bolsonaro deu uma detalhada explicação sobre como construir uma bomba-relógio. O explosivo seria o trinitrotolueno, o TNT, a popular dinamite”, relatava a reportagem. O meliante foi preso – e não foi a única prisão no exército – e afastado de todas as funções em via de ser expulso, mas conseguiu articular no Supremo Tribunal Militar para evitar a expulsão e terminou absolvido no processo que investigava o plano denunciado pela Veja.

O ex-capitão foi para a política e com a sua base de lunáticos e viúvas da ditadura, foi eleito sete vezes como deputado federal, ficando na Câmara dos Deputados de 1991 a 2018. Lá teve atuação digna de si: medíocre. Bolsonaro passou quase 30 anos recebendo dinheiro público e o resultado de sua atuação parlamentar é ridícula.

Pouquíssimos projetos relevantes apresentados e, como apontam investigações sobre o esquema da “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro quando era deputado, a ‘mamata’ parece que também ocorria nos gabinetes do pai da “família tradicional brasileira” (https://brasilindependente.com.br/destaque/quebra-de-sigilos-de-flavio-indica-rachadinha-em-gabinetes-de-carlos-e-jair-bolsonaro/). Como já se nota, ele colocou os três filhos na mesma carreira: é uma família de políticos que juram que não são políticos.

Aliás, Ciro Gomes já denunciou inúmeras vezes que era sabido nos corredores da Câmara que Bolsonaro superfaturava gastos com itens como gasolina, entre vários outros. Como podemos ver numa rápida checagem sobre a sua trajetória, o homem que foi eleito como referência em honestidade jamais foi, de fato, honesto.

As ligações com as milícias são gritantes. Sempre foram. Vale lembrar que quando deputado, Jair “Honesto” elogiou tais grupos paramilitares na bancada do Congresso Nacional. Registre-se que as milícias são grupos criminosos, muitas vezes com participação e liderança de ex-policiais militares, que sequestram, torturam, assassinam e aterrorizam os trabalhadores, esses sim em maioria honestos. Hoje já dominam – pasme e acredite, é real – mais da metade do território da cidadã do Rio de Janeiro.

O brutal e covarde assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), que não raramente enfrentava o filho mais novo do clã, Carlos, no plenário da Câmara do Rio, foi planejada e executada por milicianos, como já se sabe. E mais: Adriano da Nóbrega, considerado mandante do crime e chefe de uma poderosa milícia carioca, era amigo da família Bolsonaro.

Adriano da Nóbrega foi morto na Bahia, em operação para a sua captura, e digamos que as circunstâncias da sua morte foram curiosas, afinal eram dezenas de policiais com fuzis cercando uma casa onde Adriano estava sozinho. Mesmo assim, foi baleado diversas vezes e morreu. Não podemos esquecer que o miliciano e seu comparsa preso pelo assassinato de Marielle, Ronald Paulo Alves Pereira, foram homenageados na Alerj entre 2003 e 2005 por indicação do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Mas nada poderia preparar o Brasil e os brasileiros e brasileiras para o que viria adiante. O homem mais imbecil, vulgar e desprezível que já chegou à presidência conseguiu ser pior do que se esperava. E já não era muito. Ele aparelhou o Estado com seus asseclas e interferiu na Polícia Federal para proteger seu filho denunciado pelo Ministério Público por roubar dinheiro do povo.

Ameaçou o STF diversas vezes e debocha das instituições democráticas sempre que pode. Além disso, distribuiu obscenidades e seu governo agiu de forma incrivelmente ainda pior. Persegue críticos e faz do Estado brasileiro seu parque de diversões doentio, para ele e seus filhos tão mimados quanto desonestos.

O Meio Ambiente foi destruído. O ministro Salles é basicamente um ativista do desmatamento e foi pego falando em se aproveitar da maior tragédia da história do Brasil – a pandemia de covid-19 – para “passar a boiada” na pasta que comanda. O Ministério Público Federal o considera responsável direto pelo desmonte do sistema de proteção ambiental do país e pediu seu afastamento à justiça em julho de 2020. O resultado? Recorde de desmatamento de florestas na Amazônia, vazamento de óleo recorde no litoral brasileiro, sobretudo o nordestino, liberação desenfreada de agrotóxicos e sucateamento dos órgãos de fiscalização ambiental.

A Economia virou pó. Paulo Guedes e sua doutrina econômica dos anos 80, rejeitada até pelos próprios liberais modernos, é um fracasso retumbante. Lembremos que antes da pandemia virar a desculpa oficial para a incompetência alheia, o Brasil teve em 2019 um “pibinho” de 1,1%. Para quem iria salvar a pátria e dar uma “guinada econômica” para o país, o “Posto Ipiranga” mostrou que mais que não saber tudo, sabe muito pouco ou quase nada, como diria Nando Reis. Resultado? Entrega do patrimônio público por valores irrisórios, desindustrialização ampla, desemprego recorde e inflação subindo, principalmente nos alimentos, uma covardia contra o povo trabalhador desse país. O déficit esperado em 2020 é de quase R$ 1 TRILHÃO de reais.

É importante frisar que, como a gente é cagado mesmo no Brasil, a pior pandemia da história da humanidade veio justamente quando elegemos o pior presidente da história do país. A tempestade perfeita do desastre. Deu no que deu. Ainda esse mês o Brasil deve atingir a marca de 300 mil mortos por coronavírus nessas terras que andam muito, mas muito maltratadas.

Sobre a pandemia, vale destacar alguns pontos:

1 – Aquele que posou de humilde e homem do povo abandonou os brasileiros à própria sorte e pior: incentivou a irresponsabilidade e, portanto, o contágio. Em se tratando de uma doença letal como a Covid-19, não há outra conclusão lógica a não ser a de que Jair Bolsonaro, o presidente da República, incentivou a morte de brasileiros e brasileiras.

2 – Desde o início da propagação do vírus, Bolsonaro minimizou a pandemia. Primeiro, foi contra a quarentena inicial, que o STF teve que, ao ser provocado, garantir o direito de cidades e estados de não deixar suas populações morrerem sem atendimento médico. Depois, foi contra o isolamento social. Também criticava o uso de máscaras, não raramente com ‘piadelas’ de cunho homofóbico.

3 – O presidente foi às ruas regularmente durante a pandemia, na maioria das vezes, causando aglomerações e claro, sem utilizar máscara, para não restar qualquer dúvida sobre a postura do homem que ocupa o maior cargo político do país. Bolsonaro teve a pachorra de chamar a doença que tirou a vida de quase 3 milhões de pessoas pelo mundo de “gripezinha”, ainda no início da maior tragédia da história do nosso país. O que tira o que restou do sono e causa indignação é que milhares de mortes poderiam ter sido evitadas se o governo do país tivesse levado a pandemia à sério. É óbvio ululante que não foi este o caso.

4 – O crápula recomendou, comprou aos montes e distribuiu remédios sem eficácia comprovada para combater a pandemia, gastando milhões em cloroquina, e se colocando contra a compra de vacinas. Resultado? O Brasil por último na fila de compra de imunizantes enquanto a pandemia explode e vive seu momento mais grave no país.

Para além de ideologias e bandeiras partidárias, Bolsonaro cometeu crime contra a saúde pública. Contra a vida. A coisa saiu da esfera política comum e adentrou a esfera criminal, da morte por negligência ao genocídio. O homem que pregou a honestidade para seu povo precisa ser responsabilizado pelos crimes que cometeu em sua macabra condução do governo federal frente ao coronavírus.

A hora de revogar o mandato presidencial de Jair Bolsonaro através do instrumento constitucional do impeachment é AGORA. Precisamos salvar as vidas dos brasileiros. Precisamos salvar os empregos que o governo jamais teve capacidade de criar. Precisamos salvar a indústria nacional, que vem sendo destruída há décadas e que está literalmente acabando.

Acima de tudo, precisamos salvar a democracia e suas instituições, que se ainda estão longe de um funcionamento eficaz, totalmente isento, republicano diga-se, são de longe o melhor que temos. Para poder aprimorá-las, não podemos deixar que sejam destruídas. O Brasil já sentiu o gosto amargo do chumbo e das torturas de um Estado autoritário. E é isso que acontece quando as instituições democráticas são derrubadas em nome de mentiras contadas em discursos inflamados.

Vamos nos unir, independente da orientação político-ideológica de cada um, em torno de um sentimento: o sentimento democrático. Democratas desse país, uni-vos: a hora do impeachment é agora.

Felipe Neto está certo Bolsonaro é um genocida