A Frente Patriótica (ou popular) no Oriente

Estou estudando de forma mais sistemática as experiências do Vietnã e China (essa com bem mais conhecimento acumulado). Uma coisa interessante nesses processos, especialmente na fase de guerra de defesa nacional patriótica, é que as medidas de expropriação sempre foram limitadas para manter a unidade com setores burgueses e pequeno-burgueses com alguma consciência nacional.
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Estou estudando de forma mais sistemática as experiências do Vietnã e China (essa com bem mais conhecimento acumulado). Uma coisa interessante nesses processos, especialmente na fase de guerra de defesa nacional patriótica, é que as medidas de expropriação sempre foram limitadas para manter a unidade com setores burgueses e pequeno-burgueses com alguma consciência nacional.

Mao Tsé-Tung e Ho Chi Minh, em especial, nunca defenderam medidas de expropriação radical dos latifundiários rurais durante a guerra. Na prática, na China e no Vietnã, uma reforma agrária substancial só veio depois de consolidada a independência nacional no plano político e geopolítico.

No Ocidente, ao contrário, todas as tentativas de Frente Patriótica, no geral, terminaram em desastre. Só no século XXI, com a experiência Bolivariana, é que temos uma experiência desse tipo com algum grau de durabilidade (e mesmo assim, com muitos “poréns” a serem comentados).

Qual a grande diferença do Ocidente para o Oriente? Além, é claro, das diferenças óbvias de formação econômico-social e estrutura de classes, arrisco apontar uma questão central: O PCCh e o Viet Minh (Frente de Libertação Nacional do Vietnã) tinham as ARMAS NA MÃO, dispunham de Exércitos, milícias, bases sociais sólidas e organizadas.

Todas as vezes que a burguesia e suas expressões políticas tentaram romper a Frente Patriótica, os comunistas souberam resistir. Não estavam desarmados.

No Ocidente, porém, praticamente todas as vezes em que a Frente Popular ou Patriótica foi rompida, os revolucionários – como no Chile e, até certo ponto no Brasil, – estavam desarmados. Tinham o “povo, mas não tinham as armas” como disse o grande Gregório Bezerra. O poder, em última instância, é força.

Compor qualquer aliança com a pequena-burguesia e setores burgueses, digamos, não-fascistas, sem possibilidade objetiva de não ser esmagado em caso de rompimento da aliança, é, na nossa história, o melhor caminho para terminar no pau de arara.

E as tentativas, como o “Compromisso Histórico” do PCI (Partido Comunista Italiano), de manter uma aliança “mais ampla” a qualquer custo terminaram com um grande nada – ou, como no caso do Brasil, com a hegemonia total da burguesia conduzida pelo PMDB.