Em mega operação, governo paulista transfere líderes do PCC

Marcola
Marcola transferido
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Nesta quarta, com ares holywoodianos, 22 presos de alta periculosidade ligados ao PCC foram transferidos das prisões paulistas para presídios federais. A medida era uma promessa de campanha do governador João Dória (PSDB-SP).

Numa sigilosa ação conjunta, força aérea, exército, polícia militar e federal realizaram o cumprimento de uma decisão judicial que ordenava a transferência. Foram 50 dias de preparo.

Em sua coletiva, João Doria mostrou-se mais uma vez um comunicador habilidoso. Cortejou jornalistas com gentilezas em excesso e lançou mão de chavões panfletários como: “O estado não será refém do crime. O crime será refém do Estado”. Doria é marketing!

Definitivamente a transferência não é uma medida eficaz de segurança pública. A maioria dos presos, inclusive Marcola, possui muito menos poder do que se ventila pelas mídias.  É absolutamente inviável articular uma organização tão grande e complexa como o PCC de dentro de uma cadeia. Os estudos mais sérios dizem que o comando é invariavelmente descentralizado. A reação da organização criminosa vai nos dizer muito sobre o poder de influência dos transferidos. E a disposição do crime para o enfrentamento com o Estado. No mínimo, uns ônibus queimados; no máximo, uma situação mexicana.

O governador rompe com a política de conciliação com o crime organizado, que pautou a segurança pública de seu correligionário Geraldo Alckmin durante a última década.

Os presos estão temporariamente alocados na Papuda e seus novos aposentos são incertos.

O governador paulista começa hoje sua escalada rumo ao palácio do Planalto. Seu discurso foi cuidadosamente pensado para soar nacional. Doria é candidato à presidência da república e fará o Estado de São Paulo como palanque pelos próximos 4 anos.

Resta-nos aguardar.