O grande erro das universidades

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Em plena era digital, não divulgar seu sucesso, não promover suas vitórias, propagandear seu esforço e espalhar seus feitos é um grande erro. O povo brasileiro não sabe o que se produz dentro das Universidades, mal sabe quais cursos são oferecidos. A classe média sabe que seu filho tem que entrar, afinal é o melhor ensino oferecido, mas não sabe exatamente o porquê.

Não têm a menor ideia do que é uma Universidade em números, quantos cursos de bacharelado e licenciatura? Quantos Mestrados e Doutorados? Quantos alunos? Quantos entram e quantos se formam? Quantos professores? Quantos tem Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado? Há quantos Laboratórios? Quantos grupos de pesquisa? Quantas revistas científicas? Quantos artigos são publicados por ano? Quantas e quais são as atividades de extensão?

Não divulgar permanentemente estes resultados é o grande erro das Universidades. Não podemos apenas acreditar que as pessoas confiam em nosso trabalho. As Universidades estão sob ataque e precisam entrar na guerra digital e divulgar a VERDADE. Sim, gastar com divulgação não é uma bobagem, é um gasto indispensável. A sociedade precisa nos conhecer.

Afinal, diante da ignorância é fácil fazer prevalecer uma versão falsa da Universidade, a de que as Universidades são um desperdício, ou de que o custo é muito maior do que o benefício, ou que as Universidade são um gasto e não um investimento.

É fácil fazer prevalecer a versão de que os professores trabalham pouco, pois a grande maioria acha que professor universitário trabalha apenas durante as aulas, isto é, dentro de sala de aula, e não sabe que a maior parte do nosso trabalho é feita fora de sala.

É fácil fazer prevalecer a versão de que os alunos das Universidades são folgados por que “só estudam”. Só estudam? Estudar é a coisa mais importante para exercer uma profissão bem, com competência e diligência.

É fácil fazer prevalecer a versão de que o que se produz na Universidade é inútil já que o resultado não reverte em ganho para a Universidade, mas para a sociedade sendo difuso e de longo prazo.

É fácil fazer prevalecer a versão de que na Universidade não há critérios,que qualquer trabalho está bom, ou que basta agradar a “ideologia” do professor. Não sabem que o conhecimento tem objeto e método, não se confunde com opinião.

Agora, se os alunos não encontram emprego depois de formados, isto não é um problema da Universidade, muito menos da formação que receberam, mas da maneira como a economia do país está sendo gerida. Só que é fácil fazer prevalecer a versão de que isto também é responsabilidade da Universidade simplesmente por que não respondemos de volta.

As Universidades precisam se unir e divulgar seu trabalho para a sociedade.

Por Nathalie de la Cadena

  1. Apenas acrescento ao teu comentário que a universidade há muito tempo esqueceu seu papel na comunidade onde se instala. As cercas, as câmeras, os seguranças que guardam (não sei o que) acabam por gerar uma repulsa da comunidade geral à cátedra. É importante levarmos as pessoas para dentro da universidade, mesmo sendo essas não pertencentes a tríade acadêmica (discente- técnico – docente). Precisamos entrar nos bairros e sair do campus, e vice-versa.

  2. Hoje em dia é fácil construir pontes com a população. Façam isso!

  3. Parte do erro esta na visão atrasada de comunicação que os setores responsáveis tem nas universidades. A grande maioria são chefiados por servidores com décadas de serviço e que não se atualizaram de fato para a comunicação digital. Da parte dos pesquisadores eles se preocupam apenas em publicar nas revistas científicas. Tem universidade federal que até outro dia não mantinha uma conta de facebook e twitter ativa.

  4. Achei a abordagem excelente, porém discordo do último parágrafo. Em parte é um problema das universidades sim se após formados os seus alunos não encontram alocação profissional. Nas universidades nascem de correntes ideológicas desenvolvidas, defendidas e até mesmo aplicadas. É muito frequente um ministro, um jurista ou até mesmo um chefe de Estado sair das fileiras das nossas principais universidades. FHC, Michel Temer, Fernando Haddad, Weintraub, Miguel Reale, Darcy Ribeiro… Um professor cai pra cima e vira político, um aluno cai pra baixo e vira desempregado, precarizado… As Universidades também existem para pensar e propor soluções para os problemas da sociedade, sendo o desemprego um destes problemas.

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