Ministros anunciaram acordos com caminhoneiros, mas a greve continua

Caminhoneiros seguram faixa escrito "greve" em meio ao trânsito em rodovia paralisada durante a greve dos caminhoneiros
Botão Siga o Disparada no Google News

No final da noite de ontem (24), o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, participou de entrevista coletiva e anunciou que o governo teria fechado acordo com 8 (oito) entidades da categoria dos caminhoneiros, a fim de suspender, por 15 (quinze) dias, a greve nacional que foi iniciada na última segunda-feira (21).

Participaram da coletiva, o Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun e Eduardo Guardiam, Ministro da Fazenda. Dentre as condições do acordo, foi anunciado que a Petrobras manterá, pelos próximos 30 (trinta) dias, a redução de 10% (der por cento) do preço do diesel, assegurada a periodicidade mínima de outros 30 (trinta) dias para eventuais reajustes do combustível nas refinarias.

Ainda, segundo Marun, o preço do diesel ficará congelado em R$ 2,10 até o final do Governo Temer.

Apesar disso, a decisão por suspender a paralisação não foi unânime. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM), que representa 700 (setecentos) mil caminhoneiros, recusou a proposta. De acordo com o presidente da associação, José Fonseca Lopes, “todo mundo acatou a posição que pediram, mas eu não. […] vim resolver o problema do PIS, do Cofins e da Cide, que tá embutido no preço do combustível”. Com isso, a associação permanece
aguardando a aprovação, no Senado, da isenção de carga tributária sobre o diesel, até dezembro de 2018. Os motoristas autônomos disseram que, também, não deixarão as rodovias.

Retrocesso – Marun anunciou nesta quinta-feira (25) que houve um erro de cálculo na compensação prevista no projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados (que zerou a PIS/Cofins para o diesel) e, por isso, o texto aprovado teria que ser ajustado. Alegou, ainda, que, zerar a PIS-Cofins, custaria algo em torno de 12 bilhões aos cofres públicos, até o fim do ano.

Enquanto isso, Pedro Parente segue sendo fortemente criticado pelas suas decisões e declarações, especialmente por demonstrar que sua única preocupação é a de proteger os interesses da Petrobras e de seus acionistas (contudo, sem compromisso com a população e com o cenário político-econômico nacional).

Os protestos continuam e os impactos também: os problemas de desabastecimento e impossibilidade de prestação de alguns serviços públicos prosseguem e as principais capitais continuam com circulação reduzida da frota de ônibus.

Em São Paulo – O prefeito Bruno Covas decretou estado de emergência nesta sexta-feira (25), o que implica que a prefeitura possa fazer compras sem licitação, requisição ou apreensão de bens privados, como combustível que esteja estocado em algum posto. Permite, igualmente, que sejam realizados gastos sem depender de empenho orçamentário. Também determinou a criação de um comitê de crise, que avaliará quais outras medidas são necessárias. Se o desabastecimento provocado pela greve dos caminhoneiros permanecer, poderá ser decretado feriado municipal e, ainda, o estado de emergência poderá evoluir para estado de calamidade pública.

Seguimos acompanhando.