Guarda-sóis em cima do morto, lucro acima de todos

A notícia é como a busca exacerbada pelo lucro está destruindo valores que pareciam conquistados. A notícia que chocou o país conta a história de como o supermercado da rede Carrefour tentou “resolver o problema” ao cobrir o corpo com guarda-sóis e tapumes para continuar aberto e garantir seus lucros.
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Por Antonio Neto – Na tarde desta terça-feira virou notícia o falecimento de um trabalhador em visita profissional, mas a manchete em si não é sobre mais uma morte por infarto em um país onde mais de 360 mil pessoas morrem, por ano, devido à doenças cardiovasculares. A notícia é como a busca exacerbada pelo lucro está destruindo valores que pareciam conquistados.

A notícia que chocou o país conta a história de como o supermercado da rede Carrefour tentou “resolver o problema” ao cobrir o corpo com guarda-sóis e tapumes para continuar aberto e garantir seus lucros. Sim, o mercado tratou o corpo como fosse uma goteira ou um buraco no corredor.

A atitude do Carrefour que fica na grande Recife é a demonstração da selvageria que estamos vivendo em busca de ganhos e lucros. Estão nos impondo a convivência com cadáveres entre prateleiras para garantir a atividade comercial do mercado. Onde foram parar os valores humanistas?

O capitalismo da selvageria que estamos vivendo está nos empurrando para uma humanidade pré-renascimento. Caminhamos para as trevas do obscurantismo, do terraplanismo e da exploração inquestionável. Ou nos levantemos agora ou em breve estaremos sentados no Tribunal da Santa Inquisição.

Por Antonio Neto, presidente municipal do PDT da Capital de São Paulo e pré-candidato a vice-prefeito pelo PDT na chapa com Márcio França do PSB.