Hong-Kong e a nova guerra do ópio

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Invadiram o Parlamento de Hong-Kong, o depredaram e hastearam uma bandeira britânica por lá. A fronteira que separa a guerra híbrida do confronto aberto já foi ultrapassada. Esse tipo de ato deve ter uma dura resposta do governo chinês. Os ocidentais deverão ser fragorosamente derrotados nesta nova Guerra do Ópio que estão insuflando.

Para quem não sabe o tráfico de ópio foi a forma que a Inglaterra encontrou para fazer frente aos seus déficits comerciais com o Império Chinês. A reação dos chineses foi derrotada nas famosas Guerras do Ópio (1839-1842). Hong-Kong e toda bacia do Rio das Pérolas foram entregues aos ingleses sob a forma de tratados desiguais.

O retorno à Pátria só foi possível após duras negociações entre o herói da Longa Marcha Deng Xiaoping e a carniceira das Malvinas, Margareth Tatcher em 1984. Thatcher, com disposição zero de debater a possibilidade de perda da “joia da coroa” foi alertada por Deng Xiaoping sobre: 1) sobre os riscos de a Inglaterra criar um ambiente tóxico na região e 2) O Partido Comunista da China estava com todas as opções à mesa no que cerne sobre os meios utilizáveis ao retorno do Hong-Kong. A República Popular da China não era a Argentina. O retorno, conforme previsto, ocorreu em 1997. Em Hong-Kong é laboratório de sucesso do sofisticado esquema institucional “Um país, dois sistemas”.

Desde então Hong-Kong é praça de demonstrações de defesa da “democracia” contra a “tirania” chinesa. Habilmente o governo chinês tem sabido lidar com estes distúrbios. Já eram previstos apesar de nunca antes da volta do domínio chinês Hong-Kong ter se tornado símbolo da “democracia” inglesa ao mundo.

Na verdade as Guerras do Ópio do passado continuam a se repetir sob forma de guerras de informação, forte financiamento de ONGs e tentativas de desestabilização via infiltração de agentes em universidades. As palavras de ordem todos conhecem: “democracia”, “direitos humanos” e “liberdade de expressão”.

Se querem guerra, certamente terão. Se querem sangue, o terão. A memória do triste fim da Rebelião Taiping (1851-1864) é bem viva na memória histórica chinesa. É pelo resgate da dignidade nacional que surge o Partido Comunista da China em 1921, bloco histórico de antítese a Rainha da Inglaterra e seus súditos, outrora traficantes internacionais de drogas.

Por Elias Jabbour