Um grande líder carismático de esquerda

Jim Jones
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Nasceu pobre, mas dono de inteligência interpessoal intuitiva singular. Sua mãe acreditava que seu filho era especial. Seu pai era um alcoólatra racista que abandonou a família. Ele ficou com a mãe. Depois se formou somente no ensino médio.

Jovem, conheceu o sindicato. Ficou impressionado com a popularidade das assembleias e a capacidade dessas organizações de arrecadar dinheiro. Pouco tempo depois, começou a comandá-las.

Casando-se, adotou filhos. Teve somente um natural.

Tornou-se um marxista. Trabalhou com pobres em cidades do Brasil. Seu discurso era voltado para os excluídos e seu trabalho de defesa dos direitos humanos e das minorias marginalizadas. Cristão, queria construir uma sociedade igualitária na Terra e arrebanhou muitos seguidores fanáticos que o acompanhavam até a morte para criar uma sociedade socialista.

Começou a ser perseguido pelo sistema acossado por vários processos e, cada vez mais ameaçado de prisão, não sabia o que fazer.

Não, esse não é Lula (?).

Substitua “sindicato” por “igreja evangélica” e você terá a descrição de parte da vida de Jim Jones, o pastor das trevas.

Em 1967, começou a pregar ser a reencarnação de Cristo e Buda e o apocalipse iminente: o planeta seria destruído por uma guerra nuclear, mas Jones construiria um paraíso socialista na Terra para salvar seus seguidores.

Fundou um vilarejo no meio da floresta amazônica, na Guiana, chamado Jonestown, em 1977. Liderava absoluto e não aceitava sombras. Em 1978, um de seus filhos adotivos, gerado em um de seus estupros de fiéis, fugiu da comunidade. Nos EUA, denunciou os abusos físicos, psicológicos e sexuais sofridos pelos seus membros.

Uma comissão de jornalistas e um parlamentar americano foram vistoriar a cidadela. Durante a visita, um dos fanáticos de Jones atacou o parlamentar com uma faca. A comissão escapou para um pequeno aeroporto.

Desesperado, Jones mandou sua brigada assassiná-los. Convencido de que não teria mais futuro, resolveu conclamar os fiéis ao suicídio por ingestão de cianureto. Quem não aceitou, foi assassinado. Por fim, Jones se matou. 908 pessoas acabaram mortas, incluindo 276 crianças.

Há muitas diferenças entre Lula e Jones. Uma é que Jones de fato era socialista, e ao menos ofereceu uma comunidade socialista a seus seguidores por algum tempo. Outra é que ele não se submeteu ao sistema, primeiro fugiu para construir sua própria sociedade, depois se matou.

Mas Lula não é um louco, muito menos um assassino. Do seu jeito, quis fazer o bem e fez muito bem a muitas pessoas.

Hoje no entanto, sem futuro, dá a esquerda cianureto para beber e quem não aceita, tenta executar.

Ao contrário de Jim Jones, no entanto, Lula não se suicidará. Ele sempre foi, afinal de contas, um sobrevivente.

Que diferença do Velho Brizola, que encarando sua velhice e falta de futuro, se submeteu à vice de Lula, ergueu seu braço e passou o bastão da esquerda.

E esquecidas nesse debate, totalmente submetidas a nossos desvarios e ânsias hegemônicas, nossas crianças bebem de nossas mãos em plena confiança o cianureto que preparamos, confiantes de que estamos cuidando de seus direitos, de sua educação, de seu futuro e de sua felicidade.