Joe Biden – O candidato da finança transnacional do rentismo!

Como candidato à presidência, Biden prometeu literalmente a Wall Street e aos bilionários: "Não vou decepcionar, prometo". Biden se esforçou ao máximo para tranquilizar Wall Street de sua fidelidade.
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Por Daniel Bispo – Nascido no rico estado da Pensilvânia, Joe Biden é advogado e um dos mais notáveis políticos estadunidenses por já ter assumido vários cargos de protagonismo nacional, como ser Senador pelo estado de Delaware por incríveis 36 anos (1973-2009), onde liderou várias comissões no senado estadunidense, e ter sido vice-presidente do governo Obama (2009-2017), onde ficou encarregado, principalmente, do contato com os republicanos para a aprovação de projetos da administração federal.

Joe Biden se apresenta nas primárias democratas como um candidato que vai restabelecer o poderio estadunidense no cenário global. Ou seja, ele pretender entrar no mundo para defender os interesses estadunidenses, seja qual for a consequência. Em 2014, após o golpe de estado na Ucrânia, Robert Hunter Biden, filho de Joe Biden que a época era vice-presidente dos EUA, foi designado para ser membro do conselho de administração da principal exploradora de gás da Ucrânia, a Burisma Holdings. Quando as ações obscuras da megaempresa passaram a ser investigada, Joe Biden, na vice-presidência, exigiu a demissão do procurador ucraniano que investigava o caso, ameaçando cortar ajuda de um bilhão de dólares ao país. Só no ano passado, em 2019, que o filho de Biden largou o prêmio ucraniano. Trump, já imaginando que Biden seria seu principal concorrente, trata de se apurar nessas denúncias e faz uma ligação para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenszy, e sugeriu que a investigação sobre as ações obscuras fossem investigadas, ameaçando interromper liberação de um empréstimo de 250 milhões de dólares ao país. Mas como sabemos disso? A denúncia desse telefonema foi feita por um agente da CIA que nesse momento seria essencial para o processo de impeachment de Trump que estava passando pelo senado, e essas informações ajudaram a ligar as várias “coincidências” da situação. Sim, o Deep State, também deixa brechas…

Joe Biden é o homem da administração Obama que tratou de vários acordos comerciais que tiveram como consequência a decadência da velha indústria do nordeste estadunidense, oque acabou por baixar salários e destruir empregos qualificados. Além disso, Biden foi o grande salva-vidas de Wall Streat na crise de 2008, jogando liquidez no mercado de ações e salvando a grande finança transnacional sediada em Nova York com centenas de bilhões de dólares do povo estadunidense e, quando questionado, disse ironicamente: “É socialismo para os ricos e capitalismo para os pobres”.

Joe Biden, como bom supremacista e belicista que é, apoiou a Guerra do Iraque. A guerra foi debatida e depois autorizada pelo Congresso dos EUA em 2002, ano em que os democratas controlavam o Senado e Biden era o presidente do comitê de relações exteriores da casa. O próprio Biden teve enorme influência como presidente e argumentou fortemente a favor da resolução de 2002 que concedia ao presidente Bush a autoridade de invadir o Iraque. O Iraque em 2002 foi devastado por sanções econômicas, não possuía armas de destruição em massa e
era conhecido pelos especialistas mais pró-guerra que não possuía mísseis que chegassem perto dos Estados Unidos. As estimativas de mortes iraquianas chegam a 1 milhão .

Nos anos 80, Biden votou na lei de Reagan que reduziu a taxa máxima de imposto de renda de 70% para 50% e isentou muitas famílias ricas do imposto sobre heranças não adquiridas. Em 1994, Biden apoiou a Lei de Eficiência Bancária e Ramificação Interestadual de Riegle-Neal, que eliminou quaisquer barreiras remanescentes às atividades bancárias interestaduais. Isso abriu as comportas para uma nova era de consolidação corporativa do setor bancário. A Lei de Falências de 2005 apresentada por Biden defendeu os interesses de Wall Street. Esse projeto tornou muito mais difícil para as famílias em dificuldades financeiras receberem as proteções que acompanham o pedido de falência. Por outro lado, ajudou o setor bancário, facilitando a cobrança das dívidas das famílias e pequenas empresas.

Como candidato à presidência, Biden prometeu literalmente a Wall Street e aos bilionários: “Não vou decepcionar, prometo”. Biden se esforçou ao máximo para tranquilizar Wall Street de sua fidelidade. Dentre seus apoiadores, há Robert Rubin (ex-copresidente da Goldman Sachs e secretário do Tesouro de Clinton) e Robert Altman (ex-copresidente do banco de investimento do Lehman Brothers; secretário assistente do tesouro de Carter e Clinton; e ex-vice-presidente da Grupo Blackstone). Obviamente, seus apoiadores representaram não apenas os mega-ricos, mas também alguns dos membros mais poderosos da elite política de Wall Street.

De acordo com um artigo da Forbes em dezembro de 2019, quarenta e quatro bilionários doaram à campanha de Biden. Vinte e cinco ou quase 60% provêm do setor financeiro, de seguros e imobiliário, incluindo 17 do setor “Finanças e investimentos” e 8 do setor imobiliário. O Blackstone Group (uma grande empresa multinacional de private equity) e o Morgan Stanley estão entre os maiores contribuintes de Biden.

O ex-prefeito bilionário de Nova York, Bloomberg, que gastou 500 milhões de dólares em sua campanha, desistiu da corrida presidencial para apoiar Biden e não decepcionar Wall Streat. Após os resultados da Super-terça, onde Bernie Sanders ficou em desvantagem em relação a Biden e isso fez a bolsa da finança transnacional disparar, Leon Cooperman, o bilionário que apoiava Bloomberg até desistir , expressou algum alívio: “Fico feliz em ver que o país não está inclinado a eleger um comunista ou socialista”.

Como candidato à presidência, Biden prometeu literalmente a Wall Street e aos bilionários: "Não vou decepcionar, prometo". Biden se esforçou ao máximo para tranquilizar Wall Street de sua fidelidade.

REFERÊNCIAS

1. https://duploexpresso.com/?p=107996

2. https://www.nationalreview.com/news/bernie-sanders-joe-biden-will-have-to-explain-hisrecord-on-trade-deals-wall-street-bail-out-middle-east-wars/

3. https://www.nytimes.com/2020/03/04/business/wall-street-joe-biden-bernie-sanders.html

4. https://www.huffpostbrasil.com/entry/biden-on-the-bailout-soci_n_361900?ri18n=true

5. https://www.theguardian.com/commentisfree/2020/feb/17/joe-biden-role-iraq-war

6. https://valorinveste.globo.com/mercados/internacional-ecommodities/noticia/2020/03/04/bloomberg-desiste-nas-primarias-democratas-para-apoiarjoe-biden.ghtml

7. https://www.commondreams.org/views/2020/02/23/joe-biden-serves-wall-street-notmain-street