JONES MANOEL: Luciano Huck e Stálin

JONES MANOEL Luciano Huck e Stálin
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O artigo de Huck na Folha de SP é brilhante. Muito bem orientado por gente experiente, o global traça uma agenda política muito precisa e consistente. Busca não dividir o mesmo espaço que Sergio Moro, João Doria e Bolsonaro. Se posiciona em um lugar de tentativa de captura do voto Lula-Bolsonaro, nulos e abstenções, centro-esquerda e até esquerda mais moderada.

E é um pouco mais que um discurso eficiente. Huck já tem a partir de movimentos como o RenovaBR e Raps um apoio potencial no aparato do Estado de mais de 600 cargos públicos (juntando deputados, assessores parlamentares, prefeitos e vereadores que o Renova, Raps, Acredito e afins vão eleger esse ano), uma vasta rede de propaganda digital (desde Quebrando Tabu até Felipe Neto) e seu programa social-liberal tem uma amplíssima entrada na esquerda partidária.

JONES MANOEL Luciano Huck e Stálin

PDT, PT, PCdoB, PSB e PSOL têm vários membros desses aparelhos ideológicos da burguesia. Só o PDT parece esboçar uma reação. O PT e PCdoB não tem infiltração maior por falta de interesse da burguesia.

No PSOL o social-liberalismo empresarial já tem até parlamentar eleito.

Nos monopólios de mídia, essa ideologia social-liberal é promovida dia sim e não também. A burguesia já deixa claro: quando o bolsonarismo entrar em crise aguda, a solução será social-liberal. Huck tenta capturar esse movimento. Pode ter sucesso ou não. E eu creio que terá.

O social-liberalismo será o inimigo de amanhã mais forte.

Enquanto isso, porém, o tema de maior tesão e atenção de uma parte substantiva de acadêmicos concursados de uma universidade ameaçada de destruição é Stálin. Ainda acrescento como é curioso que para várias tendências do PSOL o social-liberalismo não é um problema (tipo a candidata a deputada pelo PSOL do Rio em 2018 embelezando trabalho precário como “empreendorismo”), mas um suposto stalinismo que renasce.

Que esse “partido de acadêmicos” faça isso eu entendo – barriga sempre cheia impede de tocar os pés no chão. Agora pessoas que realmente fazem política presos nisso, aí eu tenho grande dificuldade de entender.