Todo mundo já comentou. Sei que vou chover no molhado, mas é forçoso reafirmar: a entrevista de Lula, concedida a Monica Mônica Bergamo e Florestan Fernandes Júnior é um documento político solar. Lula se apresenta em grande fase – contrariando expectativas de que estaria deprimido ou desinformado – e com inigualável verve. Faz o que todo quadro político de primeira linha deve fazer: coloca-se sempre na ofensiva.
Há trechos memoráveis e tiradas geniais. Mas o melhor – a meu ver – está no final. É quando o presidente convoca o povo brasileiro à luta, a ir às ruas defender nossas conquistas e nos opormos à destruição da Previdência. É luta!, repete duas vezes.
Lula não cai na armadilha de colocar seu drama como o centro da vida nacional, mas pedagogicamente mostra como a prisão é parte de uma engrenagem feita para moer a vida dos de baixo e acabar com a soberania nacional.
O ex-metalúrgico nunca foi santo de minha devoção. Nunca apreciei seu discurso despolitizante no governo e acho que o PT precisa assumir suas responsabilidades por estarmos onde estamos.
Mas fiquei profundamente impactado ao realizar – juntamente com Ivana Jinkings, Maria Inês Nassif e Juca Kfouri – as mais de 12 horas de conversas que resultaram no livro “A verdade vencerá”, publicado pela Boitempo ano passado. Sua cortante inteligência, agilidade mental, enorme sensibilidade e cultura política são quase únicas. Tive a felicidade de conhecer Hugo Chávez e Fidel Castro em ação. Lula compõe com eles o trio de grandes de nosso tempo, que pode incluir um quarto mosqueteiro, Pepe Mujica.
Todos os quatro latinoamericanos, todos da periferia do mundo, todos trazendo dentro de si tragédias e êxitos quase extremos.
A entrevista de Lula é alimento político obrigatório. Diante dele, a cela fica ínfima, os algozes adquirem a dimensão de vermes e o governo atual parece saído de uma Vichy de chanchada.
Duas horas para se assistir com sangue nos olhos!
Por Gilberto Maringoni
Ainda bem que apareceu um Maringoni que gostou do discurso de pura e autentica falsidade a semelhanca de um Maduro. Um embusteiro que ja tem esgotado suas gesticulacoes mimicas que da nojo e que agrada seus pares da mesma moral.
[…] entrevista de Lula, na sexta, representa uma vitória democrática significativa. O maior líder popular dos anos […]