Um grupo de negros armados de fuzis anunciaram nas ruas de Atlanta, na Geórgia, estado de tradição segregacionista no sul dos EUA, que são os novos Panteras Negras.
O Partido dos Panteras Negras foi uma organização política dos negros norte-americanos nos anos 60 e 70 que buscou organizar a luta contra o racismo e o capitalismo nos EUA. Apoiados no marxismo, os Panteras Negras defendiam o socialismo e o nacionalismo negro.
Diante da segregação racial, da violência policial e de grupos racistas como a Ku Klux Klan, os Panteras Negras advogavam o princípio da auto-defesa, baseado na própria Constituição americana que garante a posse de armas para os cidadãos. O partido ensinava os direitos civis e o manuseio de armas aos seus militantes e às comunidades negras, além de organizar patrulhas armadas para fiscalizar o trabalho da polícia nas ruas.
Os Panteras Negras foram brutalmente perseguidos e reprimidos, tanto pelas polícias como pelo FBI de J. Edgar Hoover, e diversos de seus membros foram assassinados, inclusive seu maior líder Huey Newton. Após diversas mortes, prisões, e rachas, o partido foi dissolvido nos anos 1980.
Em 2014, após a morte de Michael Brown, negro assassinado pela polícia em Fergunson, durante o movimento Black Lives Matter, foi criado um grupo de auto-defesa em homenagem ao líder dos Panteras Negras, o “Huey Newton Gun Club“.
Em 2020, após o covarde assassinato por asfixia de George Floyd pela polícia de Mineápolis, ocorrem gigantescas manifestações por todo o território dos EUA, e também no resto do mundo como Paris na França, e no Reino Unido, na capital Londres e na cidade de Bristol, onde uma estátua de um escravocrata foi arrancada do chão e jogada no rio.
Diante da radicalização da polícia que continua reprimindo com violência as manifestações antirracistas, um grupo marchou em Atlanta com fuzis revindicando a tradição de auto-defesa e disseminando a imagem e simbolismo dos Panteras Negras.