PT e PCdoB: a entediante ala da oposição

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O primeiro ciclo do Governo Bolsonaro passou, com o Presidente e seus principais líderes sofrendo profundos desgastes que, no limite, estão restabelecendo seu apoio popular aos bolsonaristas originais. Vitória. Claro, que há muito para acontecer, principalmente contra o licenciado Ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro, que é, para o Gov. Bolsonaro, a sua reserva moral.

No entanto, o debate que queria propor é sobre a inércia entediante de parte da oposição. E, que além de não apresentar nada objetivo, afirma, como Ricardo Cappelli, de que “não existe ainda liderança ou programa que aglutine forças capazes de conformar um terceiro pólo, que se apresente como alternativa de poder real”.

Oras, quando é que leremos avaliações mais audaciosas, como vimos Cappelli escrever em outros momentos? Vamos aos fatos.

Nos primeiros meses do ano o Partido dos Trabalhadores tentou ensaiar o renascimento da Caravana, mas sem Lula e com Haddad. Óbvio que com poucas agendas feitas perceberam o que o país já tinha percebido na eleição de 2018, Haddad não é Lula. Não sendo, o Professor do INSPER e da USP, precisa ter uma plataforma de ação sua – em todos os sentidos. Até o momento está se limitando aos comentários no Twitter e desavenças com dirigentes nacionais. Nada mais de relevante do PT e de seu ex-presidenciável até aqui, mesmo com a maior bancada na Câmara Federal (Tábata Amaral, PDT e Glauber Braga, PSOL conseguem fazer mais barulho).

Enquanto, o Governador do Maranhão, – chefe de Cappelli – Flávio Dino do PCdoB, tentou alguns movimentos para se colocar no debate nacional. Primeiro, construindo agendas fora do seu estado, onde acabou falando com alguns companheiros valorosos, mas nada de expandir. Tentou também puxar a liderança com os governadores do Nordeste, mas sofre resistências dos mesmos que tentaram impedir sua primeira candidatura ao Palácio dos Leões: os lulistas. Vem atuando fortemente com seus colegas governadores para impedir a Reforma da Previdência de Bolsonaro, no entanto, sofre com um quesito básico: formular uma saída.

Além do mais, Dino, infelizmente, absorve as consequências das péssimas escolhas político-eleitorais que seu partido fez no período recente, logrando sempre o papel de coadjuvante e ficando à mercê das ações do lulopetismo – como a absurda tentativa de jogar os comunistas na ilegalidade na fusão com o PPL.

Enquanto isso, tão criticado por seus pares da “esquerda”, Ciro Gomes mantém uma intensa agenda de diálogo em universidades e em bairros populares de grandes centros urbanos, como Bangu no Rio de Janeiro e Heliópolis em São Paulo, falando da mesma coisa: Contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro e apresentando seu Projeto Nacional de Desenvolvimento. E, já conseguiu promover encontro público de convergência político-programática com outra presidenciável, Marina Silva.

De longe, Ciro foi o vitorioso político da Eleição Presidencial de 2018, pois está ativamente na imprensa, articulando no Parlamento e ampliando o diálogo com toda a sociedade – acaba de inaugurar seu próprio canal para debater com outras lideranças nacionais e dialogar com seus eleitores. A postura guerreira do pdtista está colocando toda a oposição em constrangimento – Ciro e PDT já apresentaram duas rodadas do Observatório Trabalhista, instrumento que avalia o Governo Bolsonaro a partir de uma dezena de indicadores.

Dessa forma, é desrespeitoso dizer que não há projeto ou liderança para “aglutinar” – termo incorreto -, a oposição, pois o que não existe é entendimento simples que produza uma visão de país que afirme o nosso horizonte e não apenas negue o outro.

O que Cappelli não diz é que não se produz lideranças no forno e não se compra projeto de país na loja mais próxima. Fazemos política com o real, com o estabelecido e estamos sem tempo. Por isso a pergunta que fica é:

Até quando, essa parte entediante da oposição, vai resistir ao constrangimento político proporcionado por Ciro Gomes e pelo PDT?

O Brasil não pode ficar aguardando a indicação do próximo da fila e não irá suportar um Governo Bolsonaro II – mesmo sem Bolsonaro.