A questão nacional não é o centro do projeto do PT

THOMAS DE TOLEDO A questão nacional não é o centro do projeto do PT
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Jamais serei petista por uma coisa simples: o PT não tem a questão nacional no centro. Quantas nacionalizações de empresas Lula e Dilma fizeram? Nenhuma!

Aliás, quando tiveram a oportunidade de retomar o controle majoritário sobre a Petrobras, não aproveitaram. Lembra do abaixo-assinado pra reestatizar a Vale que circulavam? Ficou na gaveta. Poucos comentam, mas a crise da Embraer começou no governo Dilma por falta de pagamento.

A propósito, a tal da Bolsa Família que dizem terem criado é uma invenção do pai do neoliberalismo Milton Friedman, implantado inicialmente pelo PSDB e o PT apenas unificou e expandiu.

Podemos dizer que na Política Externa, o governo Lula foi excelente, mas ele cometeu um erro gravíssimo: a invasão ao Haiti que devolveu a influência dos Estados Unidos sobre as Forças Armadas brasileiras.

Com relação à política educacional, foi louvável ter construído 18 novas universidades federais por um lado, mas desastroso financiar a máfia do ProUni e do Fies, que formou os grandes latifúndios educacionais monopolizados pela Kroton, ao mesmo tempo em que o estudante saía da faculdade endividado.

Por fim, a pauta identitária sem critérios de posição política pariu personagens como Joaquim Barbosa, Rosa Weber e Carmen Lúcia, que chegaram ao STF não pelo mérito de suas opiniões mas por suas supostas representatividades.

O PT ensinou muita coisa ao Brasil sobre o que não fazer. Se tivesse retomado a postura nacionalista de Getúlio Vargas e as reformas de base de João Goulart teria sido um bom começo. Mas a fundação do PT no Colégio Sion foi abençoada pela ditadura porque esvaziava a esquerda nacionalista. O PT não foi criado para mudar o Brasil, mas para maquiá-lo.

Por Thomas de Toledo