Sobre a República Democrática Alemã (RDA)

A RDA não nasceu dos planos do Exército Vermelho ou da "sede de poder" de Stálin.

Nos últimos dias circulou muito uma matéria (seja no Nexo ou no El País) sobre as mulheres no socialismo “gozarem mais” comparando o nível de satisfação sexual, e no quadro mais amplo os direitos das mulheres, na RDA [ República Democrática Alemã ] e na Alemanha burguesa. Nem quero falar da matéria em si. O mais interessante nessa matéria e em outras é o dado fundamental sempre ocultado.

Próximo ao final da Segunda Guerra Mundial, enquanto Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt (antes de morrer) acariciavam planos de acabar com a Alemanha enquanto Estado e povo (falando, inclusive, de esterilização forçada em massa), a União Soviética colocava claramente seu direcionamento na questão alemã: des-nazificação, eleições livres, assembleia nacional constituinte e restabelecimento da soberania alemã com restrições ao rearmamento total.

Ao final da Segunda Guerra, a posição da URSS continuou a mesma. Eleições livres com assembleia nacional constituinte. As potências imperialistas, com Estados Unidos na cabeça, e a burguesia alemã não queriam eleições por um motivo evidente: a popularidade dos comunistas era tão grande que eles, certamente, ganhariam em uma eleição limpa.

Por isso, EUA, Inglaterra e França forçaram uma separação permanente da Alemanha, tal como fizeram com a Coreia e o Vietnã (esse último conseguiu se reunificar).

A RDA não nasceu dos planos do Exército Vermelho ou da “sede de poder” de Stálin.

A RDA nasce do ato das potências imperialistas de não aceitarem, veja só, eleições livres e limpas.

Por Jones Manoel.

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