Sobre Ciro e Lula

Feitas tais considerações, o encontro entre Ciro e Lula é expressão de maturidade política, vez que se trata de reunião em torno de projetos em prol de um Brasil melhor. Não se trata de afetos, mas de política entre dois velhos companheiros, que têm o dever de restringir seus caprichos e de se guiarem com a responsabilidade esperada de dois estadistas.
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Fazer política é a arte do diálogo, de construir consensos.

Não comungo dos exageros que criminalizam o PT, como se o PT fosse o responsável pelo movimento pendular que levou a extrema direita ao poder. Do mesmo modo, repudio as críticas pueris dirigidas a Ciro.

São públicas minha rejeição ao movimento de captura da política, pela burocracia, ocorrida no PT, que caracterizei como petismo jurídico.

No entanto, considero os anos do PT no poder, especialmente com o Presidente Lula, a mais bem sucedida experiência política brasileira desde o segundo Getúlio, que promoveu inclusão através de consumo, pois consumir itens básicos significou conquista de cidadania para milhões de brasileiros e brasileiras. Portanto, fui eleitor de Lula e o considero um gênio político e pessoa por quem nutro carinho e admiração.

Considero Ciro Gomes, ex Ministro de Lula, o mais qualificado e capaz político brasileiro em atividade.

Feitas tais considerações, o encontro entre Ciro e Lula é expressão de maturidade política, vez que se trata de reunião em torno de projetos em prol de um Brasil melhor. Não se trata de afetos, mas de política entre dois velhos companheiros, que têm o dever de restringir seus caprichos e de se guiarem com a responsabilidade esperada de dois estadistas.

As consequências? Bem, todo movimento exige um primeiro passo e na política não seria diferente.

Se estou feliz? Torço por essa composição, pois se trata de projetar o Brasil para além de seu “destino colonial” e de reagrupar os progressistas em torno de movimento eleitoral com viabilidade nacional.

Assim, repetindo o poeta, “é melhor ser alegre que ser triste”.

  1. O articulista me parece bastante otimista, e quem me dera estar assim também. Não quero desrespeitá – lo pois é um intelectual sério e honra as tradições de sua terra, contudo, não seria ingenuidade demais achar que essa eventual composição levaria a algum lugar produtivo a nosso país?

    Quero dizer, na enxurrada de PM’s em partidos nanicos em sua santarronice falso moralista mais a fragamentação e a desmoralização de uma esquerda caduca e mofada, com seu linguajar de professor universitário pernóstico, alguma coisa mudará o resultado dessas eleições?

    E digo mais: o que isso acrescente de bom? O que isso agrega a Ciro Gomes? O que isso acrescenta ao PT?

    E minha crítica maior vai ainda ao partidos dos trabalhadores: sua perspectiva paulistocêntrica e são paulista mudará por causa disso? Suas jogadas hegemonistas e execrações típicas de partido comunista mudarão por causa disso? Sua arrogância e fanfarronice numa arrogância que em nada se sustentam mudarão por causa disso? Sua formação liberal esquerdista, na implícita arrogância bandeirante, subordinando o Brasil a uma extensão da Pauliceia se transformará? As execrações identitárias serão apaziguadas por essa jogada?

    A arrogância petista é tão a mesma como sempre foi, e isso se torna tão verdadeiro e comprovado nas declarações recentes da Sra. Hoffman. Nos dizeres dessa senhora, deveria Ciro Gomes pedir desculpas ao PT e numa declaração de uma suposta culpa, juntar- se ao PT e não se discutir mais o assunto. Veja bem: não são os dois (Ciro e Lula) comungarem juntos, mas o PT que fará o favor de desculpá- lo.

    E os compromissos com o PSB, PC do B, PV e Rede ficam como? Abre – se mão dos compromissos firmados por uma ideia de uma discussão do Brasil e de nossa história e sentido de brasileiros enquanto nação, no resgate das tradições nacional desenvolvimentistas e nacionalistas serão agora deixadas de lado para retornarmos a mesmíssima interpretação ideológico historiográficas de identitarismo barato e colonizado americanófilo que temos desde o fim da ditadura?

    A quem quiser se deixar acreditar nesse conto da carochinha de redenção do petismo, que se farte e fique à vontade.

    A mim é bem claro: o petismo deve ser destruído. Como braço de operação de Golbery do Couto e Silva e carregando em si o reacionarismo da contra revolução da secessão paulista de 1932, o PT é muito mais podre do que suas práticas questionáveis e desleais e suas jogadas típicas de aparatos leninistas. O PT é uma forma de pensar egocêntrica, limitada, medíocre e não raro antipatriótica e antinacional, sobre um povo e um país que pouquíssimo ou nada compreendem e o Brasil é muito maior que essa gente.

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