O Trabalhismo Brasileiro como alternativa para a educação nacional

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Um dos temas mais sagrados no Trabalhismo Brasileiro que a probidade com a coisa pública é a educação.

A educação para o Trabalhismo Brasileiro é uma das principais maneiras de emancipação do povo brasileiro. A tradição do castilhismo (que é a base do trabalhismo) foi caracterizado pelo investimento na educação de base.

Com a Revolução de 30 liderada por Getúlio Vargas é criado o Ministério da Educação, é lançado o Manifesto da Educação Nova com o objetivo de modernizar a educação brasileira. É idealizado uma educação pública, gratuita, laica, obrigatória e tendo uma função pública.

O artigo 149 da constituição de 1934 afirmava que o ensino básico deveria ser gratuito e integral, que a educação deveria ter como finalidade a solidariedade humana.

A educação técnica profissionalizante com vista para a qualificação da mão-de-obra brasileira é uma herança do castilhismo que chega até Getúlio (que era um castilhista também) onde ele cria em 1942 o Senai. O maior serviço de aprendizagem industrial até hoje existente no país.

No segundo governo Vargas é criado o CNPq e a CAPES que existem até hoje como os principais fomentadores da ciência no país (apesar do desmonte do golpista). Nos governos de Vargas a educação passa a ocupar o sexto lugar das despesas no âmbito da União e o segundo dos estados brasileiros. O analfabetismo é reduzido. Pasqualini dizia que não haveria transformações estáveis e duradouras se não se formar o caráter dos homens. E que essa formação de caráter vem pela educação que deve formar homens mais justos e com convicções dignas.

Após a morte de Getúlio é Darcy Ribeiro que entra na briga pela educação mais digna. Lança um manifesto pela educação pública e enfrenta diretamente Carlos Lacerda, um representante da educação privada.

Ao lado de Darcy Ribeiro estava Anísio Teixeira, que ainda no primeiro governo Vargas foi signatário do Manifesto da Educação Nova em 1932 e criador da Universidade do Distrito Federal em 1935. Juntos, Darcy e Anísio fundaram a Universidade de Brasília (UnB) em 1962 no governo de João Goulart. Darcy sobreviveria ao golpe de 1964 e o exílio para voltar ao Brasil e continuar a luta pela educação com Brizola, mas Anísio morreu em 1971 em acidente “misterioso” forjado pela repressão.

No governo Jango e com as idealizações das reformas de base coloca em pauta a alfabetização, a ampliação da educação básica, média e universitária. Jango acreditava na revolução pela educação, utiliza o método de Paulo Freire para o seu Plano Nacional de Educação, o que consistia em criar círculos de cultura, formação de professores, alfabetizar todas as crianças, ter até 20% do PIB para a educação.

A ditadura acabou com o projeto trabalhista que vinha sendo construído no Brasil, e nisso não foi diferente, com a chegada dos militares ao poder é implantado um modelo que advém “pronto” do estrangeiro, ignorando as peculiaridades da nossa nação, os militares impõe uma cartilha americana chamada MEC-USAID, que enfraquece nosso ensino público, reduz as ciências humanas, institui a obrigação da língua inglesa obrigatória e é o marco na privatização do ensino no país. Ensino esse que deixa suas marcas até hoje, e não aquela paranóia que a educação atual é dominada pelo Paulo Freire. São 21 anos no limbo para o Trabalhismo Brasileiro a partir daí.

No Rio Grande do Sul, por volta de 1963 tendo sido já prefeito e Governador, Brizola cria mais de 5 mil escolas, quase 300 cursos técnicos e contrata mais de 40 mil professores, acabando com o déficit educacional do Estado. Com a volta de Brizola depois da redemocratização do país, em 1982 ele vira Governador do RJ. Junto com o grande Darcy Ribeiro, Brizola cria os CIEPs, escolas de tempo integral com capacidade para mil alunos, bibliotecas, serviço odontológico, áreas de esportes, tudo isso projetado pelo Darcy Ribeiro e desenhado pelo Oscar Niemeyer.

É sempre bom relembrar a brilhante frase de Brizola quanto ao assunto: “Todas as crianças deveriam ter direito à escola, mas para aprender devem estar bem nutridas. Sem a preparação do ser humano, não há desenvolvimento. A violência é fruto da falta de educação”.

Atualmente, esse resgate histórico podemos encontrar na exitosa experiência da cidade de Sobral, marca do governo de Ciro Gomes, experiência premiada internacionalmente e que já vem sendo copiada por novas gestões nos governos do PDT.

O Trabalhismo Brasileiro com todo seu histórico tem a capacidade de resolver dois problemas gritantes na sociedade brasileira: educação e segurança.
Tem uma tradição histórica pela educação pública, gratuita e de qualidade. Acredita que a educação é o caminho da emancipação nacional e que (não somente ela, é claro) ajuda na questão da violência na sociedade brasileira. Por isso, para o trabalhista, a educação é um dos pilares para uma sociedade mais humana, nacionalista e livre. E, a defesa da educação pública, gratuita e de qualidade é inegociável.

Por Daniel Matos