Um meme que explica a geopolítica

cibele laura um meme que explica a geopolítica

Quando eu escrevo sobre geopolítica, o meu foco é: mostrar como se organiza a hegemonia dos países dominantes e os países ricos que a orbitam, formando uma organicidade que funciona em detrimento do desenvolvimento soberano do terceiro mundo. Meu objetivo é expor, pela perspectiva da geopolítica, a inserção do Brasil, bem como todo o terceiro mundo, neste cenário e mostrar que a verdadeira guerra é contra o terceiro mundo rico em recursos naturais.

John Stockwell, ex-agente da CIA e fuzileiro naval dos EUA, participou de 3 guerras clandestinas contra o terceiro mundo! Em 1988, durante uma palestra, Stockwell afirmou:

“Acho que foi em meados da década de 80 que cunhei a frase ‘Guerra contra o terceiro mundo’, pois em minha pesquisa eu percebi que não estávamos atacando a União Soviética com as atividades da CIA; nós estávamos atacando pessoas no terceiro mundo… Basicamente, creio eu, essa guerra contra o terceiro mundo é a III guerra mais sangrenta e que mais tirou vidas em toda história”.

No livro ‘A Trilateral – Nova Fase Do Capitalismo Mundial’, Hugo Assamann, Theotonio dos Santos e Noam Chomsky também evidenciaram a guerra contra o terceiro mundo:

“A propósito, um dos primeiros Boletins Internos da Trilateral, redigido por Zbigniew Brzezinski, propunha, na lista dos projetos de pesquisa, o tema: Controle de desenvolvimento e comportamento humano e o motivava da seguinte maneira: trataria das implicações sócio-educacionais da maleabilidade do ser humano e das “implicações político-constitucionais da disponibilidade, especialmente nas sociedades avançadas, de novos meios de controle social… Eles começam a explicitar que o terceiro mundo lhes põe calafrios, que aparecem coloridos do amor aos pobres, mas que de fato escondem um medo – pânico”.

Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, certa vez, afirmou:

“É muito provável que num futuro mais próximo o problema da paz e da guerra estará mais relacionado com os problemas econômicos e sociais entre o Norte e o Sul, do que os problemas de segurança militar entre o Leste e o Oeste, que dominam as relações internacionais desde a Segunda Guerra Mundial”

Zbigniew Brzezinski, cientista político, geopolítico e estadista estadunidense, foi Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos durante a presidência de Jimmy Carter, entre 1977 e 1981; ele via o terceiro mundo como a grande ameaça às nações dominantes:

“… Hoje em dia, achamos que o plano visível da cena internacional está mais dominado pelo conflito de mundos avançado e o mundo em desenvolvimento do que pelo conflito entre as democracias trilateralistas e os Estados comunistas (…) e que as novas aspirações do Terceiro e Quarto Mundo, tomadas em conjunto, representam, no meu entender, uma ameaça maior à natureza do sistema internacional e, em definitivo, às nossas próprias sociedades (…) a ameaça e negarem-se a cooperação”.

Henry Kissinger, conhecido como o Maquiavel contemporâneo, um dos grandes estrategistas da política externa dos EUA, durante a década de 70, sem cerimônia, declarou:

“Os países industrializados não poderão viver à maneira como existiram até hoje, se não tiverem à sua disposição os recursos naturais não-renováveis do planeta. Para isso, terão que montar sistemas mais requintados e eficientes de pressões e constrangimentos, que garantam a consecução de seus objetivos”.

Ou seja, não é abstração conspiracionista afirmar que a guerra contra o terceiro mundo existe dentro do plano geopolítico. E esta guerra é por recursos naturais!

A geopolítica dos recursos naturais é a geopolítica propriamente voltada a manter o terceiro mundo vulnerável à exploração sem contrapartida.

Desde Friedrich Ratzel, geografo alemão pai da geoestratégia moderna, o fulcro do poder está no imperativo do Estado presente e atuante. Para Rudolf Kjellén, sueco discípulo de Ratzel, o Estado não só era importante como instituição presente em todo território nacional, como estava condenado ao expansionismo para se manter forte. Kjellén via o Estado pela perspectiva organicista de um ente biológico sujeito ao crescimento para não atrofiar. Esta lógica expansionista não só norteou a geoestratégia nazista, mas de todos super Estados e é a premissa básica da geopolítica dos Estados hegemônicos ocidentais.

Alfred Thayer Mahan foi o pai do pensamento geopolítico norteador da política estadunidense até os dias atuais. Em 1890, ele publicou “A Influência do Poder Marítimo na História” e destacou o conceito principal do controle estratégico de certas áreas do mar como sine qua non para o controle de outras regiões. Em 1904, outro geoestrategista, Halford Mackinder, respondeu a tal conceito em “O Pivô Geográfico da História” destacando que o controle do “Coração da Terra” – Heartland (parte da Rússia e Ásia Central) era indispensável para o controle da Eurásia, e quem controlasse a Eurásia, controlaria o mundo.

Nós sabemos que a verdadeira disputa de território, pelas grandes nações, esconde a necessidade de acesso aos recursos naturais das regiões dominadas e também possibilidades de extração e transporte dos recursos. A Eurásia é rica em recursos naturais e isso traduz a geoestratégia de Mackinder.

O conceito de zona de influência, dentro da dinâmica geoestratégica, que destaco para que possamos entender o domínio do mais forte regional e/ou sua coalizão, é nocivo para os países subdesenvolvidos, submetidos a força intervencionista do país regionalmente dominante. Para não afastarmos da nossa realidade, uso como exemplo a América Latina: Este território é de domínio do Império Estados Unidos, domínio histórico flagrado desde a Doutrina Monroe, de mote genérico e interpretado também como – Continente americano aos interesses dos EUA (América para os americanos). O trágico destino da América-Latina foi desenvolvido sobre os alicerces do imperialismo regional e tem sustentação na lógica geoestratégica dos EUA na região, com muito mais força no período pós II guerra, orientado pelo geoestrategista holandês-estadunidense Nicola Spykman. O destaque da geoestratégia de Spykman à região foi assentado na Zona de Influência dos EUA do Alasca à Patagônia, com divisão étnico-cultural do continente pela América-anglo-saxônica e América-latina. Na América-latina, a atuação dos EUA deveria ser dura principalmente aos países do ABC sul-americano: Argentina, Brasil e Chile, coma finalidade de manter uma economia regional devota aos EUA, por meio de integração aos ditames dos seus interesses.

Com a criação de uma série de instituições tentáculos das normas da estratégia estadunidense, obteve-se, no pós-guerra, dentro do conceito Zona de Influência, o Poder-Brando de uma guerra não convencional, mas com elementos militares físicos em alguns episódios, o domínio dos EUA na região. Lograda suas atividades de expansão por meio da política externa, os EUA transformaram os países em protetorados, meras colônias de joelhos. No livro “Presença dos Estados Unidos no Brasil”, Moniz Bandeira descreve a forma como os países latino-americanos eram manuseados pelo Tio Sam: “O governo dos Estados Unidos tratava os países da América Latina como um rebanho submisso, sem vontade e autonomia”.

No mundo, os Estados Unidos, a partir do pós-guerra, mantiveram sua liderança, porém sem o completo domínio regional. Cinco países fazem parte da centralidade de poder geopolítico mundial – Estados Unidos, França, Inglaterra, Rússia e China. São os países hegemônicos, com direito de proliferar arsenais de destruição em massa e são os únicos com direito a veto no Conselho de Segurança da ONU. Na hegemonia mundial trava-se, entre polos, uma emulação à liderança mundial. O consórcio EUA/Inglaterra/França emula o consórcio China/Rússia. A divisão ficou mais evidente no século XXI, com o episódio 11 de Setembro, doravante a agenda mais agressiva e cadenciosa na zona de influência russo-chinesa, arquiteta pelos EUA com participação da OTAN; do outro lado, a criação do bloco BRICS, cujo Brasil foi incluso aos protagonistas alinhando-se ao polo emulo à liderança dos EUA. Visivelmente a China penetrava na zona de influência dos EUA.

As jogadas dentro do tabuleiro geopolítico deram-se dentro do contexto de ousadas atividades militares dos EUA no território geográfico próximo aos russos e chineses, e a penetração comercial da China na América-Latina, com parcerias aos governos progressistas rebeldes ao imperialismo ianque. No Brasil, o momento aconteceu sob gestão petista de Luiz Inácio Lula da Silva. O destaque da rebeldia ao império do norte foi Hugo Chávez, na Venezuela, com a nacionalização do petróleo.

Não era inédito, todavia, a expansão dos EUA para além da sua Zona de Influência. Como sabemos, este país tem bases militares espalhadas por todo o Globo, há décadas e decádas. Foi também de Nicola Spykman a geoestratégia conhecida como Anel de Contenção (Rimland) no entorno da geoestratégia definida pelos ingleses sob orientação de Halford John Mackinder, no qual supunha que quem governasse a eurásia governaria o mundo (Heartland). A geoestratégia do Rimland abrangeu os territórios da agenda pós 11 de setembro. A agenda militar pós 11 de setembro foi denunciada por um membro do Pentágono, o general Wesley Clark, ex-comandante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O general denunciou a lista de 7 países para serem invadidos pelos EUA em alguns anos, começando com o Iraque, Líbano, Líbia, Somália, Sudão, Síria e, para terminar, Irã.

A China, por sua vez, definiu sua geoestratégia do ponto de vista comercial, tanto para a Zona de influência estadunidense, quanto no território do Rimland e suas proximidades, desenhando uma nova Rota da Seda. Contou com a fiel parceria geopolítica da Rússia. Xi Jinping e Vladmir Putin estavam e estão juntos num elo inquebrantável. A China, além do Brics, desenhou a genial aliança, com ajuda russa, da Organização para Cooperação de Xangai – SCO, em sua zona de influência.

O jornalista Pepe Escobar, no livro “Império do Caos”, citou a SCO como jogada prevendo o movimento pós 11 de Setembro, diagnosticado nos acenos da política externa de Clinton à região:

“Nessas escaramuças iniciais do século XXI, a China, com efeito, reagiu prontamente. Mesmo antes dos ataques de 11 de setembro, seus líderes estavam formulando uma resposta ao que eles viam como uma vil intromissão do Ocidente nas áreas de petróleo e gás da Ásia Central, especialmente a região do mar Cáspio. Para ser específico, em junho de 2001, seus líderes se juntaram com a Rússia para formar a Organização para Cooperação de Xangai”.

Desde administração Bush, quando a agenda pós 11 de setembro surgiu, passando pelo Democrata Obama e chegando ao governo Trump, a política externa dos EUA tem sido ostensivamente de cadência agressiva no norte da África e Oriente Médio e aos demais países que ganharam a pecha de párias, eixo no mal. Estes países, não por coincidência, eram resistentes aos EUA.

Os Estados Unidos invadiram o Iraque, dentro da agenda pós 11 de setembro, em março de 2003. O objetivo era derrubar o regime de Saddam Hussein. Derrubado o regime, os estadunidenses invadiram com força militar o território iraquiano e se apossaram do petróleo daquele país. Na esteira da Primavera Árabe, Muammar al-Gaddafi, líder líbio, foi assassinado na Líbia, em outubro de 2011.

Para justificar a ofensiva militar dos EUA, além do argumento de guerra ao terrorismo no encalço de Osama Bin Laden, suposto mentor do 11 de setembro, e membros do seu grupo Al-Qeada, os EUA, na gestão Obama, fomentaram o terrorismo do Estado Islâmico, exibindo como motivo da ofensiva à Síria de Bashar al-Assad. À esta altura, China e Rússia, que assistiam o desenrolar da agenda sem intervir diretamente, passaram a auxiliar o líder sírio, al-Assad. Neste ínterim, recrudesceu a coalizão persa-russo-chinesa, já que Irã era o último alvo das atividades dos EUA naquela região, com apoio de seu consórcio.

Com Rússia e China oficialmente atuando contra o Estado Islâmico, EUA estagnaram na Síria, pois não havia como derrubar o regime de al-Assad, a pretexto de luta contra o terror do Estado Islâmico. Condenados à agenda militar para manter a hegemonia da sua moeda, o dólar, lastreada principalmente no petrodólar, e com a economia afetada, Donald Trump, do partido Republicano, venceu eleitoralmente a candidata Democrata, Hillary Clinton, em 2016. Hillary foi secretária de Estado (2009-2013) do governo Obama e defensora da belicosidade dos EUA no Oriente Médio, dentro da agenda pós 11 de setembro. Xi e Putin declaram sua preferência a Trump, já que Hillary estava diretamente ligada aos perigosos rastros do militarismo estadunidense, na região. Trump, assim que assumiu, bombardeou com mísseis Tomahawk uma base Síria, o que aparentemente sinalizava a continuidade da política militar dos EUA naqueles territórios. No entanto, Trump, para evitar possíveis mortos russos, avisou com antecedência o governo Putin.

Na América-Latina, com Trump no comando dos EUA, houve uma restituição de influência dos EUA. China e Rússia apenas mantiveram ajuda direta ao governo Maduro, na Venezuela. O Brasil, após sofrer o golpe contra a presidente Dilma, voltou ideologicamente ao alinhamento aos EUA, na administração do interino Michel Temer. Michel Temer foi informante da Casa Branca. Apesar das ambíguas administrações petistas, entrementes, o Brasil avançou principalmente no que concerniu uma de suas maiores riquezas naturais, o Petróleo, com a descoberta do pré-sal e o avanço tecnológico da estatal petrolífera Petrobras. A administração Dilma e a Petrobras foram espionadas pelos EUA e sofreram graves ingerências. A Operação Lava-jato nasceu das espionagens contra o Brasil. Com a vitória de Jair Bolsonaro, o Brasil consolidou o alinhamento aos EUA em sua política externa. Apesar da forte presença comercial chinesa na América-latina, os EUA retomaram o domínio na sua zona de influência. Recentemente, Evo Morales, resistente à política imperialista dos EUA, foi derrubado por ardil da oposição direitista boliviana e a elite favorável aos interesses ianque. Evo, assim como Chávez, nacionalizou a maior riqueza natural do país, no caso da Bolívia, o Lítio. A Venezuela é o único país que permanece sob liderança opositora declarada dos EUA do herdeiro do chavismo.

Em minha leitura conjuntural da administração Trump, apesar da aparência agressiva e desmedida do presidente estadunidense, na prática, houve recuo da agenda pós 11 de setembro, na zona de influência da China e Rússia, e uma atuação, através do soft-power, mais pragmática na América-latina.

Trump, apesar de aparentemente demonstrar a soberba militar arrivista dos EUA, não se envolveu em conflitos diretos como o seu antecessor. Nos EUA, esteve sob investigação conhecida como o caso Russiagate. Rumores de que Trump tivera ligações com Moscou foram os subsídios para a primeira tentativa de impeachment malograda. Recentemente, outra tentativa de impeachment, desta vez passada pelo congresso estadunidense. A acusação foi de que Trump solicitou à Ucrânia investigar seus opositores políticos. Para alguns, a acusação, coordenada pelos Democratas, é insipiente e não passa de uma tentativa de obstaculizar sua reeleição. Uma das testemunhas do julgamento é John Bolton. Em setembro de 2019, John Bolton, Conselheiro de Segurança Nacional, foi demitido por Trump. Bolton tem perfil de neocon agressivo e defensor da política conflituosa belicista dos EUA no Oriente Médio. Agora, o mesmo Bolton, se diz disposto a dar seu testemunho no julgamento de impeachment do Trump.

A demissão de Bolton teria acontecido por Trump não aquiescer a continuidade de conflitos no Oriente Médio? Bolton, se colocando à disposição do julgamento, como testemunha, seria sinal retaliação? Há uma divisão dentro do Deep States dos EUA?

Em minha opinião, Trump foi obrigado a ordenar o assassinato do general iraniano Soleimani para assegurar sua reeleição, com aquiescência velada da Rússia. Durante a eleição, Putin, declaradamente, apoiou Trump. Por que não apoiaria agora? Trump, diferente de Obama, deu trégua à Coreia do Norte, não foi tão agressivo no Oriente Médio, ou seja, não manteve a mesma política de penetração na zona de influência russo-chinesa. Ao meu ver, Trump não representa a mesma política externa dos seus antecessores no plano da emulação dentro da hegemonia global e tabuleiro geopolítica. Os EUA, com Trump, estariam mais preocupados a cuidar do próprio quintal, cuidar dos problemas econômicos, através de forte protecionismo e travarem guerra fria comercial contra os chineses. Lembrando, a ascensão chinesa aconteceu em aliança com os EUA, a partir da década de 70, criando interdependência entre ambos países. Mesmo que China pretenda um novo modelo monetário para o mundo, e tenha alavanca suficiente para acabar com a hegemonia do dólar, sua interdependência aos EUA não permite a destruição estadunidense como super potência. Os países dominantes não querem e não podem se autodestruir nem militarmente e nem economicamente. A disputa ocorre em território alheio sempre. É disputa de território e jogadas em zonas de influência, com devidas precauções.

A trégua dos EUA, expressa no último discurso de Trump após a retaliação dos iranianos ao atacarem bases estadunidenses no Iraque, sem mortos e o fato do Irã avisar o Iraque antes do ataque às bases, corrobora minhas suspeitas de um simulacro ofensivo a partir da morte do general iraniano, em território Iraquiano. Não foi um ataque ao Irã, dentro do Irã. Ambos os países, EUA e Irã, travaram um conflito num território já destruído. O que implicou o Irã foi a morte do seu general.

Todo episódio foi acompanhado por Putin sem nenhum intervencionismo direto, diferente da atuação da Rússia na Síria. Putin se manteve suscinto e discreto porque não havia uma ameaça de guerra na região. O conflito arrefeceu em seu momento mais nevrálgico, o que alimenta ainda mais minhas suspeitas.

Teria a morte do general iraniano livrado a pele de Donald Trump, pois nos corredores intestinais do Deep States dos EUA, há cizânia, há pressão aos conflitos? Teria sido uma jogada de Trump? Minha teoria é: SIM. Com a devida vênia de Rússia e China, a estes dois países de interessa a reeleição de Trump.

E o Iraque nessa história representa a colônia da hegemonia, que, no cômputo final, sempre se entende, para dividir o mundo, aplicar jogadas nas zonas de influência na atmosfera da emulação à liderança, mas nunca para um confronto direto entre si.

Todos os países submetidos ao colonialismo do terceiro mundo, seja através do soft ou hard power dos países dominantes, de certa forma, no cenário geopolítico, representam o Iraque: Um território onde os confrontos dos super Estados são travados, sejam verdadeiros ou simulacros, mas que nunca levarão a danos a eles mesmos. O Irã, país que goza mais ascendência no jogo geopolítico, por sua localização estratégica, à revelia ou não, pode ter ajudado Trump dentro da racha no Deep States dos EUA. O Irã sofre sanções prejudiciais a sua economia, porém no plano geopolítico é forte e estratégico ao ponto dos EUA evitarem qualquer ataque direto ao país. Há também a precaução com o fluxo do petróleo mundial pelo estreito de Ormuz. Se fechado o estreito iraniano, 20% do petróleo do mundo deixaria de circular. A mim, parece impossível uma guerra direta ao Irã, mesmo que alguns chauvinistas e lunáticos estadunidenses, ingleses e israelenses assim queiram, com louvor da indústria belicista.

Não há amizade entre os países, há jogadas. Não há amigos, há interesses. Mas há cizânias internas, conflitos entre o poder e, de repente, as disputas endógenas podem enfraquecer a eles mesmos. O dividir pra enfraquecer e governar é sabido das administrações dos países hegemônicos, por isso, eles sempre se entendem antes da ruptura total.

Soberania, caros leitores, é pra quem tem bomba. A época da inocência acabou. Como dizia o mestre Enéas Carneiro: “Vamos emergir da infância”.

A Guerra é contra o terceiro mundo, se passa no terceiro mundo e destrói o terceiro mundo.

Na época dos memes, é interessante encontrar um tão eloquente ilustrando a geopolítica.

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