Da paciência à urgência histórica, nós falhamos

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Desde que comecei a militar, um dos conceitos que mais tive dificuldade de manejar na prática foi o de “paciência histórica”. É fato objetivo que o processo de organização de um operador político revolucionário e a constituição de uma base militante forte e um corpo dirigente experimentado e qualificado leva tempo.

Suave. Mas, ao mesmo tempo, os ritmos dessa construção não podem ser medidos apenas por critérios imanentes. Exemplo: em 2015 estávamos na situação X, agora, em 2020, estamos na situação X2, logo melhoramos. Sim, de fato, mas e a necessidade do real?

A História, a depender da conjuntura, oferece possibilidades maiores ou menores de “paciência histórica”. A conjuntura atual exige “urgência histórica”. Não temos tempo para construção lentas e ficar felizes com crescimento medido apenas por critérios imanentes.

O Brasil precisa para ontem de um campo revolucionário, popular e anti-imperialista com peso na luta de classes. A força do social-liberalismo e das ideologias reacionárias cresce a cada dia. Palavras como socialismo, poder popular, revolução, imperialismo e afins estão ausentes do vocabulário das grandes figuras do cenário político e institucional. Não temos 10 ou 15 anos para construções político-partidárias.

Se os comunistas não voltarem nos próximos anos a ter um peso considerável na política brasileira significa, dentre outras coisas, condenar o nosso povo trabalhador a viver em cenário de terra arrasada por muito tempo. E significa, também, que FALHAMOS em nossa tarefa histórica!