Desde o dia 09 de junho, o The Intercept Brasil vem revelando uma série de mensagens trocadas através do aplicativo Telegram que mostram Moro e procuradores, especialmente Deltan Dallagnol, combinando estratégias de investigação e de comunicação com a imprensa no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo as revelações divulgadas até o momento, o agora ministro da Justiça sugeriu mudanças nas ordens das operações, solicitou inclusão de provas nos processos, antecipou decisões e deu pistas informais de investigações nos casos envolvendo o ex-presidente Lula.
Os vazamentos desta sexta-feira (5), feitos em parceria com a revista Veja, agravam as acusações de violação da imparcialidade do juízo por Moro. As mensagens, dentre outras coisas, revelam que, Dallagnol, entusiasmado após um encontro com o ministro do STF Edson Fachin, comentou com seus colegas do MPF, em 13 de julho de 2015, que teria conversado por 45 minutos com o ministro, afirmando animado “Aha uhu o Fachin é nosso”.
Mensagens anteriores já citavam ministros do STF. Em conversa divulgada por Reinaldo Azevedo, Dallagnol, em abril de 2016, comenta com outros procuradores sobre um diálogo que teve com o ministro Luiz Fux a respeito da divulgação de trecho de um grampo ilegal que trazia conversa entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, após Moro ter sido publicamente repreendido por Teori: “Caros, conversei com o Fux mais uma vez, hoje. Reservado, é claro: O Min Fux disse quase espontaneamente que Teori [Zavascki] fez queda de braço com Moro e viu que se queimou, e que o tom da resposta do Moro depois foi ótimo”.
Esse mesmo trecho da conversa foi encaminhado por Dallagnol a Moro, que respondeu: “Excelente. In Fux we trust” (em Fux nós confiamos).
[…] Em diálogos anteriores, Moro havia comemorado conversas inadequadas relatadas por Dallagnol com outro ministro do Supremo, Luiz Fux, com a notória frase: “In Fux we trust”. Depois, Dallagnol também comemorou conversa com o relator da Lava-Jato no STF, Edson Fachin: “Aha Uhu o Fachin é nosso“. […]
[…] we trust”); o órgão acusador que atua em parceria com juiz do Supremo para condenar réus (“aha, uhu, o Fachin é nosso”); um ministro do Supremo Tribunal Federal oferecendo jantar íntimo para o juiz e o procurador […]